sábado, 19 de setembro de 2009

O caderninho do seu Manoel


Os MBAs são focados em gestão (de pessoas e sistemas). Não ensinam sobre "negócios", pois isso é algo diferente.

SIM, gestão e negócios, são negócios diferentes!

Para aprender sobre negócios, melhor do que fazer um MBA é observar o seu Manoel Português, dono da padaria da esquina.

Ele não tem MBA. Ele não possui nem computador na sua padaria. Mas há anos mantém um negócio espetacular, produzindo o que a clientela quer: o melhor pão da cidade, em fornadas de 20 minutos; além de atendimento rápido e personalizado (com um sorriso, ele chama cada cliente pelo primeiro nome).

Percebi, um dia, que ele faz anotações em um caderninho. Aquela é a "gestão": simples, mas eficiente! Naquele caderninho, seu Manoel Português (que nunca estudou sobre gestão) controla o fluxo de caixa, verifica o retorno sobre os investimentos feitos, estuda o crescimento da padaria e analisa o consumidor (nisso, em particular, ele é expert: está sempre ali, JUNTO de seus clientes, ouvindo-os e os observando).

Se você quiser aprender sobre negócios, vá à padaria. As leis dos negócios são absolutamente as mesmas, ali e nas grandes empresas, seja em Portugal, na China, nos EUA, em Zâmbia ou no Brasil.

BEL


Projeto da Copel está no site do Azenha.

A importância da FORMAÇÃO


É errado achar que alguém que está ocupando uma posição de liderança, tenha todas as respostas.

NÃO TEM!

O verdadeiro líder é aquele que formula AS PERGUNTAS certas. E ele precisa ter uma EQUIPE COMPETENTE, para que possa realizar; pois, do contrário, nada é possível de ser feito.

Entendo que o maior "pecado" (ou burrice, ou tirania) por parte de alguém que ocupa um cargo de liderança é o de não estar permanentemente FORMANDO pessoas.

O líder tem a obrigação de estimular a boa formação da sua equipe. E de estar COM ELA, bem PERTO DELA, diariamente, OUVINDO-A SEMPRE.

No meu entendimento, para que se possa identificar um bom líder, basta olhar para a sua equipe. Se ela é competente, e está sempre buscando melhorar essa competência e ampliar os seus conhecimentos, então há ali uma boa liderança.

Os líderes são as equipes que eles formam. Até porque não se faz nada sozinho.

E a grandeza do que se sonha, ou do que se faz, é proporcional à grandeza da equipe.


Empresas do futuro

As empresas do futuro serão aquelas que entenderão que o conhecimento já existente (e sistematizado) não pode ser tratado de forma "dogmática", vazio de qualquer significado.

As empresas do futuro serão aquelas em que as pessoas poderão compartilhar conhecimentos, dialogando, duvidando, discutindo, questionando.

As empresas do futuro serão aquelas que proporcionarão espaço para as diferenças, para as contradições, para os erros, para a criatividade, para a colaboração, para as novas idéias, para as transformações.

Para isso, os seus funcionários precisarão ter AUTONOMIA (e isso precisará lhes ser dito; e garantido; e demonstrado). E essa autonomia (que precisará ser responsável, para que não seja confundida com bagunça, nem com "faço o que quero, não o que a empresa quer") deverá servir para que os funcionários possam pensar livremente, tendo o devido tempo para refletirem sobre O POR QUÊ das coisas.

Assim, entendo que as empresas do futuro deverão ser aqueles que possuirão funcionários com capacidade para FORMULAREM AS PERGUNTAS CERTAS.

Plano de carreira?


Plano de carreira é algo que deveria ser extirpado das empresas!

Sei que o assunto é polêmico, e que agora você já deve estar assustado com a esta minha declaração. Mas explico:

Entendo e defendo a MERITOCRACIA, como o único sistema de promocões que pode ser realmente JUSTO, pois a sua implicação é que os melhores acabam ocupando as melhores posições, simplesmente porque são... OS MELHORES.

Plano de carreira é acomodação! O que a empresa precisaria ter é uma maneira de separar o joio do trigo, promovendo quem é melhor (e garantindo que aquele que for REALMENTE O MELHOR possa chegar até a Presidência da corporação). Sem coleguismos. Sem politicagem. Sem interesses pessoais. Os interesses devem ser coletivos. Devem ser EMPRESARIAIS.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Quando o silêncio fala tudo


Como entendo que o ruído (certamente o "exterior", mas falo especialmente do "interior") é hoje um dos maiores problemas da humanidade , durante uma época procurei estudar o que pude sobre questões relacionadas ao silêncio (interior).

Sobre isso, uma curiosidade que acabei descobrindo: há em inglês duas palavras que, embora pareçam sinônimas, são bem diferentes: loneliness e aloneness.

Loneliness significa solidão, ou seja, ficar isolado, solitário, sozinho. O sentido dessa palavra é normalmente negativo, pois implica tristeza.

Aloneness também indica que você se encontra isolado, mas porque VOCÊ decidiu ficar assim. A palavra tem o significado de "buscar a companhia de si próprio", sendo comumente usada em um sentido positivo (como em ficar sozinho para refletir, para meditar, para se conhecer).

Infelizmente, é possível que uma pessoa fique solitária (ou seja, alcance loneliness), mesmo estando diariamente com outras pessoas (por exemplo, no trabalho; ou até mesmo dormindo todas as noites com uma outra pessoa!).

Por outro lado, a solidão voluntária (aloneness), pode acontecer até mesmo dentro do ambiente de trabalho, naquele momento em que os colegas deixam a pessoa permanecer quieta, "na sua", "em seu canto".

Loneliness é uma praga, e um dos principais motivos para a "doença do século", a depressão. Aloneness, hoje, é uma necessidade!

Capice?

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Então, todo gestor é um bom gestor?


Não! Porque os gestores, em geral, estão apenas olhando para o que está ocorrendo, lendo a realidade que se manifesta diretamente aos seus olhos.

Mas nunca é no nível dos acontecimentos que vamos descobrir o essencial! É no nível do que "está por trás" que o relevante se esconde.

Portanto, é um padrão não evidente que precisa ser identificado.


E isso é mais complicado, pois exige muito mais.

E é por isso que as empresas estão hoje tão carentes de gestão (entenda-se, aqui, gestão estratégica, empreendedora, inovadora).

Neste ponto, alguém poderia perguntar: "mas o que seria relevante, ou essencial, na minha empresa?".

E a resposta é uma só: NÃO SEI!

Ninguém, de fora da empresa, pode realmente saber. E é por esse motivo que não acredito na eficácia de ferramentas trazidas de fora. E aqui, cabe a repetição: essas ferramentas podem corrigir o periférico, mas jamais atuarão no essencial!

"Qual seria, então, o segredo para descobrir o que é relevante? Há alguma ferramenta ou metodologia?".

Na minha opinião, só há uma coisa a fazer: SELECIONAR PESSOAS COMPETENTES e HUMILDES o suficiente para saberem que o que é fundamental hoje, poderá não ser amanhã. O relevante é dinâmico: ele muda ao longo do caminho. Assim, essas pessoas deverão ser capazes de MANTEREM-SE EVOLUINDO CRIATIVAMENTE. E elas, se bem geridas, ajudarão a identificar o que realmente é relevante hoje, amanhã e depois.

Se alguém discordar, ou souber de algo diferente disso, por favor se manifeste.



Como decorrência do post anterior

Bom gestor é aquele que consegue identificar o que é relevante (essencial).

E (obviamente) atuar naquilo, de forma prioritária.

É preciso focar no essencial

Como eu esperava, não tardou em vir alguma reação ao meu post sobre cinco-ésse.

Sempre vem!

Há pessoas que parecem que confundem a sua própria identidade com o cinco-ésse. Defendem a coisa, como se aquilo fosse "ela própria".

Vamos, então, um pouco mais além no assunto:

Entendo que a revolução que está em andamento não é de caráter tecnológico, mas trata-se de uma revolução de modelo mental, de modo de pensar. E isso representa (não duvide disso!) repercussões diretas na empresa, na família, nos amigos... Na vida!

É uma revolução na qual os cinco-ésses (e quero usar o termo aqui apenas como representativo de muitas iniciativas do gênero, como as de reengenharia, as dos programas de qualidade total, as de excelência de gestão, etc), tratam e detectam apenas detalhes, porém nunca a essência!

A imagem que sempre me vem à mente é a do tocador de violino do Titanic, preocupado em afinar seu instrumento, enquanto o navio como um todo estava afundando!

A maneira de superar a crise instaurada nas empresas (e você duvida que há crise na sua???) começa com a reinvenção do pensamento.

Os gurus não a resolverão! E os modismos também não!

Todos ainda trabalhamos em empresas cartesianas, lineares, que foram projetadas e construídas a partir de uma fotografia estática da realidade.

Teremos de mudar! E, para isso, acredito que nenhum (NENHUM!) modelo desenvolvido fora da empresa poderá realmente mudá-la. Não há fórmula pronta. E a mudança é no tête-à-tête.

Feitos para MUDAR


Creio que uma empresa de sucesso, hoje, é aquela que tem maior capacidade para MUDAR.

Os empreendimentos de antigamente, que eram FEITOS PARA DURAR, hoje devem ser FEITOS PARA MUDAR.

Do contrário, perecerão. E rápido!

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Vamos acordar?

Há mais ou menos 15 anos que eu escuto essa coisa de 5S (cinco-ésse). E agora já são 10S!

Quer saber, essa coisa JÁ ENCHEU!

A concorrência está de metralhadora na mão e eu tenho que ficar colocando etiqueta no paninho que vai polir o revolvinho???

Estamos na era da informação, mas muitas cabeças ainda estão na era da chaminé!

É preciso deixar essa mentalidade de fábrica, para quem trabalha EM FÁBRICA.

É preciso sair da MENTOPAUSA!

Dependemos (completamente) da eletricidade!

Este livro é bem interessante (coloquei o link da Cultura como propaganda gratuita, pois sou grande fã da mesma, pelos serviços digitais que proporciona, pela excelência no atendimento e, obviamente, pela qualidade do seu acervo!).

O legal do livro é que não é técnico. O autor apresenta a história da eletricidade (e de suas tecnologias correlacionadas, como GPS, telefone, lâmpada,...) colocando os "protagonistas" como mocinhos ou como bandidos (ou, às vezes, como as duas coisas juntas!).

Logo no primeiro capítulo (que a Cultura deixa você baixar, gratuitamente), o autor já faz considerações sobre "o vício em Internet", dizendo que, antes de qualquer coisa,
somos viciados em eletricidade, além do que, somos extremamente dependentes da eletricidade. No caso da sua falta, “o isolamento se intensificaria. A Internet e todos os e-mails logo deixariam de operar; em seguida, as linhas telefônicas [...] a fome se instalaria primeiro nas cidades asiáticas densamente povoadas, especialmente em virtude da falta de refrigeração dos depósitos de alimentos [...] poucos teriam chances de sobreviver.”

Mas, em nenhum momento, o autor acredita que essa dependência da eletricidade (que geraria esse remoto cenário catastrófico), seja negativa (como falam que é a "dependência em Internet"!).

Interessante a abordagem!...


CNPJ e CPF: linguagens diferentes

As empresas de base tecnológica sempre colocam seus esforços maiores no público-alvo da PESSOA JURÍDICA. "Afinal, é lá que se encontra o dinheiro", dizem elas (com razão).

O carro-chefe da Microsoft, o "OFFICE", mostra bem isso. Como o próprio nome diz, é uma ferramenta DE ESCRITÓRIO, que, portanto, não foi feita pensando-se no usuário RESIDENCIAL, PESSOA FÍSICA. Será por isso que seu uso é tão complicado?

Mas vejo que essas coisas estão, aos poucos, começando a mudar. Os clientes residenciais passaram a ser grandes consumidores de telefone celular, banda larga, torpedo, filmes/vídeos digitais, músicas, jogos,... E sua conta já não é mais insignificante!

E esse é, na minha opinião, o principal motivo pelo qual a Apple sempre esteve atrás da Microsoft, apesar de ser uma empresa bilhões de vezes superior em qualidade, de tudo o que realiza e disponibiliza no mercado: seus produtos são voltados para o CPF e não para o CNPJ; sendo que, até agora, eram caros demais para os clientes residenciais (chegavam ao mercado a preços de CNPJ!).

Mas isso está mudando. E a Apple já cresce como ninguém. E seus produtos já chegam (em muitos países) a preços mais adequados e irresistíveis pelos benefícios e facilidades que proporcionam. E a Apple sabe como agradar o cliente CPF. Sempre fez isso. A Microsoft, NUNCA!

Este post, porém, não é a respeito de Apple x Microsoft. É sobre o fato de que trabalhar para CPF não é o mesmo que trabalhar para CNPJ. Para início de conversa, a linguagem é bem diferente, não sendo suficiente uma tradução literal.

Parece óbvio, não é?

Não, não é!



Ainda sobre PLATAFORMAS

Em pouco mais de 1 ano, a plataforma da Apple (App Store) colocou no ar 75.000 aplicativos produzidos por terceiros.

E, nesse mesmo período, foram registrados 1.800.000.000 downloads de usuários!


Agora, pergunto: que companhia (ou organização, ou governo), por melhor e maior que fosse, poderia alcançar essa marca, e oferecer tamanhos benefícios, se não fosse no modelo de plataforma, que inclui parceria com terceiros e compartilhamento de receitas?

Ouvi essa frase no filme "O Sonho de Cassandra"

"Quer fazer Deus rir? Então conte a Ele os seus planos para o futuro".