sábado, 30 de agosto de 2008

Uma visão

Uma da apresentações, em um seminário de telecomunicações do qual eu recentemente participei, terminou com uma bela frase de John F. Kennedy.

Aquilo me fez lembrar de uma outra passagem, também do Kennedy, quando ele prometeu, em 1962, que colocaria um homem na Lua.

Aquele era um desafio considerado ousado. Altamente ousado! Na época, a NASA era um pequeno centro, sendo que o seu funcionamento havia sido iniciado apenas quatro anos antes: ela fora fundada em 1958, a partir da incorporação de velhos pesquisadores de um antigo centro de pesquisas do governo Americano, o chamado NACA.

Como era possível, com uma estrutura assim, propor que o homem chegasse à Lua? Essa era a pergunta que muitos faziam.

Mas Kennedy ousou e acreditava, firmemente, que aquilo aconteceria. E foi essa fé determinada do então Presidente dos Estados Unidos que fez com que, a partir do desafio que ele lançara, não somente a NASA, mas o governo todo, as universidades, os centros de pesquisa e muitas empresas Americanas buscassem se modernizar e se desenvolver, com um único propósito: que um homem fosse colocado na Lua.

Além de toda a modernização e do avanço que aquilo provocou, em todo o país, antes do discurso de Kennedy os Estados Unidos vinham perdendo da Rússia em vários “fronts”: o muro de Berlim, erguido pouco antes, sancionou a divisão da Alemanha em duas - o lado comunista e o lado capitalista. Cuba estava se aproximando dos soviéticos. Começava a escalada da guerra do Vietnam, com o envio de assessores militares americanos para ajudar no combate aos vietcongs. Em 1957, a União Soviética lançara, ao espaço, o primeiro satélite artificial, o Sputnik-1. O primeiro ser vivo no espaço também fora lançado pelos soviéticos - a cadela Laika, que sobreviveu poucos dias a bordo do Sputnik-2. O primeiro objeto feito pelo homem a chegar a outro planeta também partiu da União Soviética - a sonda Lunik-2, em 1959. E a grande conquista soviética, em abril de 1961, quando o Vostok-1 colocou o cosmonauta Yuri Gagarin em órbita da Terra, fazendo dele o primeiro homem no espaço.

Mas o desafio lançado por Kennedy começou a mudar as coisas também na área internacional, no campo do posicionamento estratégico dos países!

Em 16 de julho de 1969, foi lançada a Apolo-11. A bordo, os astronautas Neil Armstrong, Edwin "Buzz" Aldrin e Michael Collins.


Três dias depois, os soviéticos lançavam o Vostok, com um robô à bordo. Os russos diziam que não queriam arriscar vidas humanas. O Vostok acabou se esborrachando na superfície lunar!

O módulo lunar da Apolo 11, o Eagle (”Águia”) desceu no mar da Tranqüilidade. Da superfície lunar, Neil Armstrong notificou o sucesso ao centro de controle em Houston, na primeira comunicação enviada pelo homem da superfície de um outro corpo celeste: “a Águia pousou”. Horas depois, na noite de 20 de julho, Neil Armstrong pisou na Lua e disse uma frase que também passou para a história: “Um pequeno passo para um homem, um salto gigantesco para a Humanidade”.

Quando Kennedy lançou o desafio, em 1962, inicialmente muitos desconfiaram daquilo, que lhes parecia “inalcançável”. Atualmente (em 2008), ainda tem gente que duvida que o homem foi à Lua! (Jim Collier, um jornalista investigativo dos Estados Unidos, reuniu num vídeo suas suspeitas de que não se chegou à Lua em 1969!).

A desconfiança faz parte da natureza humana, assim como a vontade de romper barreiras e de não aceitar o “impossível” como limite intransponível.

E que afortunados nós somos:
aí está todo um Universo ao nosso alcance!


Apolo 11: uma foto da Terra vista da Lua.