sexta-feira, 30 de maio de 2008

Reflexão

Errar é humano.

Isso supõe que todo mundo erra.

Admitir um erro, então, seria... Desumano?


Leitura

Meu amigo Vilar indica este site, onde há inúmeros livros clássicos que podem ser acessados online, gratuitamente. Boa dica!



Aproveito para recuperar uma frase de Mao Tse Tung:

"A auto-satisfação é inimiga do estudo. Se queremos realmente aprender alguma coisa, devemos começar por libertar-nos disso. Em relação a nós próprios devemos ser 'insaciáveis na aprendizagem' e em relação aos outros, 'insaciáveis no ensino'."


E haja capim!

Meu amigo Camargo mandou essa. Excelente!

No Curso de Medicina, o professor se dirige ao aluno e pergunta:

-Quantos rins nós temos?

-Quatro!
Responde o aluno.


-Quatro?
Replica o professor, arrogante, daqueles que sentem prazer em tripudiar sobre os erros dos alunos.

-Tragam um feixe de capim, pois temos um asno na sala. Ordena o professor a seu auxiliar.

-E para mim um cafezinho!
Replicou o aluno ao auxiliar do mestre.


O professor ficou irado e expulsou o aluno da sala.


O aluno era Aparício Torelly Aporelly (1895-1971), o 'Barão de Itararé’.


Ao sair da sala, o aluno ainda teve a audácia de corrigir o furioso mestre:

-O senhor me perguntou quantos rins 'NÓS TEMOS'. 'NÓS' temos quatro: dois meus e dois seus. 'NÓS' é uma expressão usada para o plural. Tenha um bom apetite e delicie-se com o capim.

A vida exige muito mais compreensão do que conhecimento! Às vezes as pessoas, por terem um pouco a mais de conhecimento ou acreditarem que o tem se acham no direito de subestimar os outros...


Afinal, seria mesmo tudo relativo?


Essa é uma dúvida comum, sendo que quem nos explica isso muito bem é o Prof. Roberto Abia Fernandez:


O termo relativismo pode ser empregado tanto para falar de conhecimento como de moral.


(a) No sentido do epistemológico ou do conhecimento é a tese que nega a existência de verdades absolutas, universais e necessárias: todas as verdades são relativas para o relativismo, pois dependem de diversas condições e circunstancias que as fazem particulares e cambiantes. Claro que tudo na realidade é relativo no sentido de que tudo está relacionado; mas a realidade, sendo relativa, é objetiva ao mesmo tempo; pelo contrário o relativismo nega a possibilidade de estabelecer verdades objetivas.


(b) No sentido moral, o relativismo afirma que não há nada que possamos dizer que seja bom ou mau absolutamente. Se isto fosse certo, todas as ações poderiam ser boas; e também poderiam ser boas e más ao mesmo tempo; todas as leis poderiam estar erradas, e poderia impor-se o “tudo vale”. Se não houvesse absolutos morais não teria sentido falar de moral.



Entendeu?


quarta-feira, 28 de maio de 2008

Tudo se transforma!

Não somente as tecnologias têm evoluído em velocidade assombrosa. Os hábitos também mudam. E os problemas, infelizmente, têm acompanhado essa dinâmica (alguns parecem sumir, mas na realidade, só se transformam!).

Outro dia, um amigo que é médico psiquiatra e analista, disse-me que a grande maioria dos atendimentos que ele faz hoje relacionam-se com pacientes que se submeteram à cirurgia bariátrica (a da obesidade). Os estômagos diminuem, o peso baixa, mas os problemas psicológicos parecem aumentar.

Porém o curioso é perceber que, para esse médico, o seu "mercado" foi totalmente alterado nos últimos anos! E isso tem acontecido em muitas e muitas áreas da atividade humana.

Ainda na questão da Medicina e da Psiquiatria, bem interessante é esta matéria (em Inglês), que acaba de ser publicada na Scientific American, falando dos benefícios terapêuticos de...
BLOGAR!

Outra coisa que não havia,
há muito pouco tempo!...


[Nota: a foto é uma homenagem a Antoine-Laurent de Lavoisier, 1743-1794,
francês considerado como "o criador da Química moderna" e
célebre pela sua frase:
"Na Natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma."]


Rebelde com causa

João Marcelo Boscoli (músico, presidente da gravadora Trama e filho de Elis Regina) deu uma entrevista há cerca de três anos, falando sobre o choque tecnológico que ele passava a empreender na indústria fonográfica.

E, na ocasião, ele falou assim sobre a Internet:

Acho frustrante. O que foi prometido quando eu tinha 19 anos não se concretizou. E o público está pagando caro por tecnologia vencida. Ainda estamos na idade da pedra”.

E, prosseguindo, criticou a lentidão da web: “Você fica lá horas, fazendo força para chupar o canudinho e, de vez em quando, vem uma gota. Conhece a expressão ‘sucking jelly with a straw’? É isso aí. Acho lento, acho ruim”.

De lá para cá, gostamos de imaginar que o cenário mudou. Passamos a falar mais de banda larga. E chegou a tecnologia 3G, prometendo banda larga no celular.

Mas... Quantas pessoas hoje têm acesso, no Brasil, a serviços que possam ser efetivamente considerados "de banda larga"?

Ou...
Quantos de nós ainda continua
fazendo muita força para
chupar gelatina de canudinho?

Sugiro que você comece a procurar a resposta a essa questão nesta reportagem, no site do Ibope.

Bem interessante!...


terça-feira, 27 de maio de 2008

Vamos jogar o nosso "EU" na lata de lixo?

Você já deve ter notado que as criancinhas são muito mais sensitivas do que racionais, tendo em vista que o intelecto das mesmas ainda está em fase de formação.

Assim, nas primeiras fases da vida o ser humano encontra-se, nesse aspecto, bem mais próximo dos animaizinhos, pela preponderância dos comportamentos instintivos.

Por exemplo: se oferecermos a uma criancinha a alternativa de que ela receba 1 sorvete agora ou 7 sorvetes dentro de 10 dias, ela provavelmente optará pela satisfação imediata de seus desejos: 1 sorvete agora!

Nós, como adultos, já possuímos o nosso intelecto desenvolvido. No entanto, um fenômeno curioso (e desastroso sob o ponto de vista da evolução das espécies!) tem sido bastante observado: temos buscado, de forma quase irracional e altamente instintiva, a satisfação imediata de nossos desejos. E este, obviamente, é um processo de “animalização”, onde o instinto passa a preponderar sobre o racional!

Tudo, hoje, é prazer . É satisfazer-ME. E o problema desta auto-satisfação é que, com ela, o “EU” fica exageradamente inflado, enquanto que o “NÓS” reduz-se praticamente ao zero.

Deste modo, somem as ‘causas comuns’ , desaparece o sentido de ‘fazer o bem ao outro, sem esperar qualquer retorno pessoal’. E, como conseqüência, ocorre a total falência do amor (que, em última análise, constitui-se exatamente em buscar o bem da pessoa amada, de forma desvinculada de interesses próprios, pessoais).

E note que esta não é uma questão apenas filosófica ou religiosa. Basta olharmos para o lado e veremos, já com grande proximidade de nós, as separações de casais (quantos conhecidos seus estão separados?), o excesso de bebida alcoólica (já não é o hábito de alguns de seus amigos e familiares?), as drogas (você duvida que elas estão presentes nas escolas de nossos filhos?), a miséria (já não se faz bem presente nas ruas das nossas cidades?), e até mesmo os casos mais violentos como os de filhos matando pais (Suzanne Von Richtofen) e pais matando filhos (Isabella de Oliveira Nardoni)!

Por outro lado, também podemos perceber que estamos rodeados de pessoas boas! Então, porque casos de tamanha desgraça têm ocorrido?

Certamente, uma das grandes causas (CLARO, HÁ MUITAS OUTRAS!) é a animalesca busca pelo prazer, pessoal e imediato: o chamado “hedonismo”!

E o antídoto para isso é um só: jogar o nosso “EU” na lata de lixo!

Quão próximos esses (indiscutivelmente sérios!) problemas terão que estar de nós, para que tomemos uma atitude nesse sentido?

Um bom caminho, sem dúvida, é fazer mais pelos outros e pensar menos em nós mesmos! Pois enquanto o nosso olhar estiver dirigido para os nossos próprios umbigos, continuaremos amargando tristezas, ansiedades, preocupações e desastres.

YouTomb



Muito boa esta matéria sobre um sistema, desenvolvido no MIT, que mostra por que, quando e a mando de quem um vídeo foi retirado do YouTube.

Liberdade: uma opinião


Recentemente, procurei refletir a respeito de o que significa dizer que «a liberdade de um acaba quando começa a liberdade do outro».


Conclui que isso não poderia ser pensado no sentido temporal, pois significaria que cada um teria “a sua hora” de ser livre. E também não poderia ser sob a ótica espacial, pois a liberdade não é como um terreno delimitado por um muro. Assim, cheguei à conclusão de que aquilo que se pretende dizer é, de fato, que “o direito à liberdade de um tem como limite o direito à liberdade do outro” (portanto, o sentido da frase é moral).


Seria possível, então, concluir que cada indivíduo teria um direito à liberdade? Mas, para se tratar disso, seria então necessário ter critérios para definir o que deve ser considerado “livre”.


Entretanto, quando se diz que «a liberdade de um termina quando começa a liberdade do outro», geralmente evita-se entrar na questão de “o que é liberdade?”. Assim, as pessoas comumente limitam-se a falar do “exercício da liberdade”, sem questionarem o que seja “a liberdade” propriamente dita!


«Posso fazer tudo desde que não interfira na vida do outro». Seria isso possível? Seria esse o único critério para estabelecer aquilo que se pode (ou não se pode) fazer? Enquanto os direitos do outro não forem lesados, cada um pode agir como lhe agrade, a seu “bel prazer”?


Mas como se pretende isto se nossas vidas são naturalmente afetadas, umas pelas outras? Não temos deveres recíprocos, uns para com os outros? Quando nos deparamos com a realidade, verificamos que a organização social não é obra de um livre consentimento. É necessário que eu aceite a liberdade do outro.


Aí aparece algo curioso: «a liberdade resulta do livre consentimento dos indivíduos, e por outro lado, é fruto de um consentimento necessário, porque é preciso garantir a sobrevivência das liberdades individuais». É exatamente desse pensamento que surge a fórmula: «a liberdade de um termina quando começa a liberdade do outro». E é daqui que se conclui que esse critério é necessário, mas não suficiente. Pois, se fosse um critério único, independente de alguns valores (passados por meio da educação, pela convivência familiar e através de uma tradição; e aplicados mediante o uso da prudência), as pessoas estariam encerradas em seus “EUs” e cada um seria absolutamente egoísta; e pobre em espírito!


Da idéia que a liberdade seria “não conhecer limites”, cai-se no princípio de que a liberdade só pode existir dentro de limites determinados pelas exigências da convivência.


Assim, no meu entendimento, os problemas que enfrentaremos no Século XXI, como os decorrentes da limitação de recursos, aumentarão a demanda por uma mútua cooperação, isto é, por uma sociedade que tenha valores mundialmente compartilhados, tais como os direitos humanos fundamentais.


Deste modo, vejo que a humanidade certamente buscará alternativas para a questão da liberdade. A máxima liberal «a minha liberdade termina quando começa a do outro» será naturalmente alterada, sendo que, na minha opinião, deverá caminhar em direção à visão cristã, vindo a ser, portanto, bem mais solidária, pois a minha liberdade também é responsável pela liberdade do outro. Desta forma, a minha liberdade não termina, mas continua com a liberdade do outro.


Estas inter-relações fazem com que todos se reconheçam como indivíduos de uma mesma comunidade moral, compartilhando e não restringindo a liberdade uns dos outros.



De Nicolau Maquiavel, em "O Príncipe"


Não há nada mais difícil de realizar,
e mais arriscado de conduzir,
do que tomar a frente na introdução de
coisas novas,
pois a inovação tem como inimigos
todos aqueles que estavam bem com as
velhas condições,

e defensores indiferentes
naqueles que poderiam ficar bem com as novas.


(Texto extraído da série "Clássicos do Pensamento Estratégico" - "O Príncipe" - Livro VI, Ed. Silabo)