sexta-feira, 25 de abril de 2008

Mega-negócio: Oi anuncia compra da BrT por R$ 5,8 bi

Saiu na Folha Online. Saiu no Terra. E já era previsto pelo G1 e pelo Valor Online.

Live Mesh

Conheça aqui um novo produto da Microsoft.




O objetivo é fazer uma sincronia entre sistemas na rede, da seguinte forma:
  1. sincroniza dados entre usuários e sistemas, incluindo dispositivos móveis.
  2. permite o uso de aplicativos online "e" offline, entre usuários e sistemas.
  3. permite o desenvolvimento de aplicativos "inter-conectados".

Pelo que conseguir depurar, as maiores vantagens, até o momento, são para desenvolvedores. Para os usuários comuns, o Live Mesh possibilita sincronizar arquivos entre computadores, bem como controlar outros dispositivos, remotamente. É esperar para ver, mas no momento eu arriscaria dizer: nada que um Apple Mac já não faça!

No entanto, o que mais importa aqui é observar a atual tendência da Microsoft em integrar as suas inúmeras ferramentas em um único ambiente, utilizando a web, a exemplo do que o Google tem feito.


Quando não há "reflexão"

Quando parece que não estão lendo o que você escreve,
nem ouvindo o que você diz, então...


...passe a
escrever mais
e a falar

ainda mais alto!



#1

Por falar em MIT, aquele instituto acabou de ter a sua área de Engenharia novamente classificada como a "número um" dos EUA.

Além de vencer na classificação geral, a Engenharia do MIT venceu em 10 sub-especialidades. Participaram desse ranking todas as instituições americanas de pesquisa e ensino superior.

Fera!

Sempre que possível, tenho citado a Rebecca Henderson, do MIT, pelo fato que ela é uma das maiores "feras" da atualidade na área de estratégias para empresas de base tecnológica.

Suas palestras ficam sempre lotadas, não só de estudantes e pesquisadores de Business & Administration, mas em particular de grandes empresários e de jornalistas, que já perceberam a relevância do que ela diz e o sucesso das organizações para as quais ela presta assessoria.

Assista a este recente vídeo, em que ela fala, em uma conferência sobre sustentabilidade, "porque é tão difícil fazer novas coisas em novas empresas".

Rebecca diz que se uma empresa desejar avançar competitivamente precisa estar comprometida com isso em todos os seus níveis e promover "sérias conversações, envolvendo a mente e o coração" das pessoas.

Particularmente, concordo inteiramente com isso! O compromentimento de todos é fundamental. Dentro de uma empresa, não é possível cada um estar remando para um lado. E, pior ainda, é quando há alguns torcendo pelo TARZAN enquanto outros torcem pelo JACARÉ.

Adicionalmente, Rebecca diz que é necessário quebrar as barreiras entre o operacional, que toma todo o eforço e não deixa espaço para o estratégico.



quarta-feira, 23 de abril de 2008

O "3G" e as diferentes freqüências

Talvez eu seja um dos mais fiéis clientes da TIM, minha única operadora, pelo menos até agora.

A TIM entrou oficialmente no 3G. Fui verificar os preços e são bastante competitivos, pelo menos até junho de 2008 (sim, eu li as minúsculas letrinhas no pé do plano 3G da TIM!).

Além disso, há uma enorme facilidade de migração para o 3G. O cliente atual não precisa trocar seu chip. Mas o problema, vem na compatibilidade. E embora eu tenha um aparelho que, segundo o fabricante, é compatível com a tecnologia 3G, a questão passa a ser a freqüência.

A TIM já está atendendo Belo Horizonte, Curitiba, Florianópolis, Fortaleza, Recife e Salvador, na freqüência de 850 MHz (a mesma usada pela Claro). Essas cidades contam com os aparelhos Nokia 6267, Nokia 5610, Nokia 6120 e Sony Ericsson K850. Já as cidades do Rio de Janeiro e São Paulo usarão a freqüência de 2100 MHz (licitada, mas que depende de uma decisão da Anatel para começar a funcionar). Essas capitais terão os celulares Nokia N95, Nokia N81, Sony Ericsson W910, Nokia 6267, Nokia 5610, Sony Ericsson K850 e Nokia 6120.

Então, se você tem um aparelho que opera na freqüência 2100 e o quer utilizar a rede 3G, por exemplo, em Curitiba... Esqueça!

Porém, se o seu aparelho 3G está na freqüência compatível com a sua cidade, a transição será bem fácil, bastando uma visita à loja da operadora. Os preços dos planos se mantém os mesmos, com destaque para os 250 MB de dados incluídos.

O TIM Web, para acesso sem fio à Internet em notebooks e desktops, está com planos ilimitados com velocidades de 1 Mbps (R$ 99,90) e 7 Mbps (R$ 159,90): graças à tecnologia HSDPA, evolução da UMTS que já era considerada de terceira geração. A empresa garantiu que não vai colocar limite para download de dados.

Parece que a operadora aposta na disseminação da terceira geração para pagar a conta do investimento na rede. Com bons celulares e velocidade de acesso, os clientes tendem a usar mais a Internet e os serviços agregados, como a videochamada.

Se os 7 Mbps do HSDPA forem verdadeiros na prática, então haverá uma forte concorrência com a banda larga tradicional, por cabo ou ADSL.

De 0 a 6

Os empreendedores norte-americanos ganham dinheiro, geram riqueza e criam empregos estabelecendo empresas sólidas não só por contarem com condições econômicas favoráveis, mas também porque são educados para a vida financeira, desde cedo.


Ao contrário do que acontece no Brasil, o espírito empreendedor é valorizado e incentivado, desde a infância, no cotidiano da família americana.


As crianças ganham a sua mesada prestando pequenos serviços, como lavar o carro, tirar a neve da calçada, cortar a grama, entregar jornais e colocar o lixo nos recipientes de despejo. Os jovens conseguem empregos de verão para financiar suas viagens.

Assim, além de convívio com o processo produtivo, de familiaridade com o dia-a-dia de operações financeiras e atividades econômicas diversas, os norte-americanos desenvolvem uma atitude positiva, não preconceituosa, em relação a "negar o ócio" ou fazer negócio.

Novamente, essas coisas não são opiniões, mas fatos!

Foi uma grata surpresa encontrar este site brasileiro, que se preocupa com a formação (em sentido amplo) das nossas crianças, com o objetivo de construir, desde cedo, cidadãos bem estruturados para a vida empresarial, familiar e social!




Por que Antropologia e Filosofia nas empresas?

Há quem estranhe estarmos tratando de temas antropológicos e filosóficos em um blog voltado às TICs.

A minha fundamentação é a seguinte: essas áreas do conhecimento deverão ser cada vez mais essenciais à compreensão das empresas e de seus mercados, e ao conseqüente planejamento de seu futuro. E isso é especialmente significativo nos casos em que a evolução ocorre de forma mais dinâmica, como no mercado das TICs

Descobrindo e revelando hábitos e costumes dos consumidores, a Antropologia e a Filosofia já vêm sendo utilizadas por grandes empresas (em especial nos países mais desenvolvidos da Europa), para o planejamento de novos produtos e serviços.

Toda empresa possui uma "cultura" que está mais ou menos oculta e que, na verdade, a define e a diferencia das demais.

Essa cultura é formada pelo conjunto das tradições (o passado), das necessidades (o presente) e das aspirações (o futuro) da empresa e de seus gerentes.

É só por meio do maior conhecimento dessa cultura que a empresa pode crescer com segurança e tranqüilidade, aproveitando as razões de seu sucesso e alterando o que deve ser modificado (ou complementado), mas sem romper com os valores culturais fundamentais, da empresa e das pessoas.

Identificando e respeitando os valores culturais (nem sempre explícitos), as pessoas que a compõem, e que com ela se relacionam, podem colocar muito mais energia e dedicação ao que fazem, conduzindo a empresa a um sucesso maior.

Essa deve ser a base do uso da Antropologia e da Filosofia nas empresas: observação para compreender os valores e crenças de seus empregados, gerentes, fornecedores, acionistas e clientes, para, assim, trabalhar com o seu futuro.

O que pode garantir o sucesso de uma empresa amanhã é a questão fundamental que a Antropologia e da Filosofia nas empresas deve buscar responder. Afinal, infelizmente muitas empresas esquecem elas são feitas pelas pessoas e para as pessoas!

Sem modelos pré-definidos, a Antropologia e a Filosofia devem buscar identificar e reforçar os pontos fortes e os indicadores positivos da empresa, do ponto de vista dos clientes, do mercado, dos colaboradores, dos fornecedores, da comunidade... A, a partir disso, desenvolver projetos inovadores que a farão vencer os desafios da competitividade, de forma segura e harmoniosa.

Inovação empresarial: questão estratégica

Kathleen Eisenhardt é Professora de Estratégia e Organização da Stanford University, nos EUA, e consultora de empresas do setor de informática e telecom, particularmente a de decisões estratégicas.

Ela é co-autora deste livro e autora deste vídeo sobre estratégia, organização e liderança empresarial.
Ela afirma que as empresas que têm seguido os modelos tradicionais de estratégia, colaboração, organização e processos de negócios (como os pregados pela maior parte das grandes companhias de consultoria e pela quase totalidade dos MBAs) têm obtido menores chances de sucesso quando comparadas às empresas cujos gerentes seguem modelos inovadores, tanto no "pensamento estratégico" como na ação.

O que gosto na Kathleen Eisenhardt é que ela age de acordo com o que fala e escreve, sendo absolutamente inovadora em suas propstas, ao fugir das correntes tradicionais da administração.

Veja também este artigo dela, publicado na HSM Management.


terça-feira, 22 de abril de 2008

Causos de achismos

O Luiz (embora eu ainda não saiba "que Luiz") está fazendo excelentes comentários neste blog e eu estou bastante feliz com isso!

Ainda sobre a questão do relativismo, segue um "causo" interessante, que é contado por outro Luiz (o Luiz Carlos Lodi da Cruz):

Certa vez os matemáticos de um país viram-se às voltas com um problema intrincado: quantas diagonais podem ser traçadas em um icoságono? Era preciso desenhar um polígono de 20 lados (icoságono) e depois, pacientemente, unir os vértices não consecutivos dois a dois e contar o número de diagonais traçadas.

Um matemático jovem, aplicando uma fórmula algébrica simples, afirmou que no icoságono havia 170 diagonais. Este número foi considerado elevado demais por alguns, pequeno demais por outros, e houve polêmica na assembléia. Foi então que o presidente da mesa teve uma idéia genial: resolver o caso por meio de uma votação.

Cada matemático recebeu uma cédula onde escreveu quantas diagonais ele "achava" que o icoságono deveria ter. Feita a apuração dos votos, o número 100 ganhou por maioria. O presidente então falou com voz magistral: "Fica decretado por esta assembléia que o icoságono tem exatamente 100 diagonais, nada mais, nada menos".

Esta estória é obviamente absurda e ridícula, pois as verdades matemáticas não se decidem pelo "achismo". Já dizia alguém com sabedoria: "Dois mais dois são quatro, mesmo contra a minha vontade".

No entanto, quando se trata de verdades morais, muito mais importantes que as verdades matemáticas, parece que a maioria pode defini-las por votação e decreto. Por exemplo: um ser humano não nascido tem ou não tem direito à vida? É evidente que tem! Trata-se de uma verdade moral, que deriva da dignidade do homem, criado à imagem e semelhança de Deus.

Aliás, se tirarmos do homem (grande ou pequeno, forte ou fraco, nascido ou não nascido) o direito à vida, de que adiantarão os outros direitos (saúde, educação, segurança, propriedade...)? Pode um defunto ter saúde? Pode um morto receber educação? Pode um cadáver gozar de segurança? Pode um falecido possuir bens?

O direito à vida, desde a concepção, é uma verdade gritante. No entanto está em cena no Congresso Nacional a seguinte comédia: definir por votação se esta verdade vai ou não continuar sendo verdade. A maioria terá o poder de decidir, por exemplo, que a criança não nascida é um ser bruto cujos restos mortais podem encher as latas de lixo dos hospitais.

O simples fato de isto ser posto em votação é vergonhoso! Se além de votado, o assassinato intra-uterino for aprovado, o Brasil estará assinando seu atestado de brutalidade e selvageria. A partir daí esta nação simplesmente não merecerá mais subsistir.

E veja que este texto não reflete opiniões e nem achimos! Estamos falando da dignidade humana: aquela que, até mais do que a própria inteligência, nos diferencia dos animais!



Nota: contrariando a decisão dos matemáticos daquele país, um icoságono tem realmente 170 diagonais.



segunda-feira, 21 de abril de 2008

Saiba porque quem muito opina vira ameba

É curioso como as pessoas preferem enviar mensagens de e-mail sobre os textos daqui, à fazer comentários no próprio blog.

Vou tentar, então, responder a três questionamentos que me foram feitos:


1. Inicialmente, não citei Ghandi e Luther King por causa da ideologia de cada um. De forma alguma! Eu os mencionei simplesmente para exemplificar, através de duas pessoas conhecidas, que se pode ser pacífico sem ser passivo.

2. Quem insinuou que eu seria “contra as opiniões alheias” (para supostamente defender as minhas), errou totalmente o alvo!
Sou também contra as opiniões que eu eventualmente tenha. E justifico isso com base na conhecida frase: “o homem é a medida de todas as coisas”.

Se assim fosse (o homem sendo a medida de todas as coisas), cada um de nós seria o juiz daquilo que é (e daquilo que não é)!

E esse relativismo é uma das maiores pragas do mundo moderno, ancorando-se justamente nas opiniões (ao afirmar que aquilo que parece verdadeiro para alguém é, então, verdadeiro para essa pessoa).

Mas, pense comigo: se fossem verdadeiras todas as opiniões mantidas por qualquer pessoa, então seria preciso sempre reconhecer a verdade da opinião do oponente. E como ficaria, nessa situação, se o oponente considerasse que o relativismo é falso?

Ou seja, se o relativismo é verdadeiro, então ele é falso (desde que alguém o considere falso)! Chega-se assim, portanto, a uma auto-refutação (ou a uma autodestruição) do relativismo.

Atualmente, as pessoas entendem que quaisquer opiniões são igualmente justificáveis, dadas suas respectivas regras de evidência, e que não há questão objetiva sobre qual conjunto de regras deve ser preferido (isso é denominado “tese da equipolência das razões”).

Resumindo, seria possível oferecer boas razões tanto para se admitir quanto para se recusar qualquer opinião!

Conseqüentemente, o procedimento de dar boas razões nunca permite decidir entre opiniões rivais, nunca nos obriga a substituir uma crença por outra. E isso é um grande absurdo, pois veja:

Se toda regra de evidência é tão boa quanto qualquer outra, então para que uma opinião qualquer seja tomada como justificada basta formular um conjunto apropriado de regras em relação ao qual ela está justificada. Em particular, a opinião de que nem toda regra de evidência é tão boa quanto qualquer outra deve poder ser igualmente justificada.

E o relativista, assim, não consegue mostrar (mas deveria!) que a sua posição é melhor que a de seu oponente.

Uma alternativa seria dizer que algumas regras de evidência são melhores do que outras; mas então deveria haver fatos independentes de perspectiva sobre o que as torna melhores do que outras, e nesse caso estaríamos assumindo a falsidade do relativismo.

Concluindo, sem opinar: devemos fugir das opiniões, pois elas nos conduzem ao perigo desse relativismo que, aos poucos, vai esmagando as nossas crenças e pisoteando as nossas iniciativas.

3. A quem disse que o problema está "no excesso de obrigações", tentou explicar, mas não justificou! Somos donos do nosso próprio nariz e responsáveis pelo que fazemos com o nosso dia a dia. E se não formos, deveríamos sê-lo, pois do contrário, viramos homens-amebas. E esses seres são hoje tão comuns que já há até uma logomarca para identificá-los (não é piada!):

Homem-ameba




domingo, 20 de abril de 2008

Pacíficos e Passivos

A passividade é um fenômeno que está dentro do nevoeiro da pós-modernidade, e que se deve combater, sem passividade!

Percebe-se, entre o senso comum, que existe uma grande confusão entre os qualificativos ‘pacífico’ e ‘passivo’. Nesse sentido, é importante nos darmos conta de que Mahatma Gandhi e outros que lutaram ativamente pela defesa dos direitos humanos, como Martin Luther King, foram pacíficos; jamais passivos!

Nas situações de protesto, por exemplo, o pacífico se caracteriza pela não recorrência à violência; já o passivo, geralmente ‘não protesta’: ele opta por anuir e consentir, mesmo sem concordar com alguma coisa, pactuando-se com os demais, e escondendo-se atrás do “consenso” (outra palavra que, hoje, é confundida com ‘espírito democrático’ e, em muitas ocasiões, esconde sob uma roupagem "politicamente mais correta" o conformismo ou a passividade.
Sobre isso, vale a pena ler o livro "Dissensões e Consenso", de Serge Moscovici e Willem Doise, 1991, que trata da questão das decisões coletivas).

A passividade caminha muito próxima da ‘covardia’ e da anulação do dever da consciência diante da observação dos fatos e das ações que são necessárias. O passivo prefere ‘não fazer’ (mesmo indo contra à sua consciência, que lhe solicita abraçar uma causa ou um dever moral), do que ‘fazer e correr riscos’. Assim, ele passa a compactuar com a mediocridade das massas e ser cúmplice do status quo, sendo que, para isso, aceita brigar com a sua própria consciência, que nunca mais o deixará em paz, nem por um segundo, e o consumirá aos poucos.

O passivo prefere o anonimato, que o deixa momentaneamente confortável e imune às críticas e oposições. Para isso, prefere manifestar-se evitando frases diretas que possam demonstrar que a opinião é sua. Assim, usam expressões do tipo:

dizem que...”,
ouvi dizer...”, ou
alguém me contou...”.

Covardia, diga-se de passagem, muito própria de indivíduos que, tanto são desprovidos de individualidade, diluindo a sua responsabilidade em um todo não identificável (os famigerados ‘grupos’ ou ‘colegiados’), como não respeitam essa mesma individualidade, tendenciosamente, reunindo-se em matilhas e alcatéias para atacar alguém que julgam “inconveniente”, ou mesmo “perigoso” por se assumir como um ser único, identificável pelos seus traços distintivos assumidos de forma clara e inequívoca.

De fato, os grupelhos pusilânimes esquecem-se de que há indivíduos cuja força de espírito vale mais do que milhares de covardes escondidos atrás das desculpas, do conforto momentâneo, do (aparente) descaso, da opção pela passividade. Aqui, recorro novamente à Martin Luther King, que dizia:

A verdadeira medida de um homem não é
como ele se comporta em
momentos de conforto e conveniência,
mas como ele se mantém em
tempos de controvérsia e desafio”.

Em outras palavras, o caráter de cada pessoa revela-se não nos bons, mas nos maus momentos, naqueles em que o ego, preocupado somente com a sobrevivência instintiva animalesca, passa a revelar a sua verdadeira essência.

A consciência é, de fato, a maior (e talvez a única) força de atrito diante da covarde e inescrupulosa indolência. É ela que faz uma pessoa soltar as amarras e enfrentar um problema (ou aquilo que considera ultrajante), mesmo que de forma absolutamente solitária.

De fato, é na dificuldade que a nossa essência emerge. Por isso, é justamente nela que vemos quem são os verdadeiramente corajosos e desapegados de seu próprio conforto ou sobrevivência; pois os outros, no primeiro sinal de fumaça, colocam-se à distância.

Seria confortável culpar o pós-modernismo, sem assumir nada. Creio que somos todos responsáveis pelo que sucede com respeito à passividade e à desistência das próprias obrigações.

Necessitaríamos, talvez, lutar por uma sociedade não tão de ‘panelinhas’, onde a noção de individualidade fosse mais respeitada, e onde cada um de nós tivesse bem presente uma capacidade crítica ativa e resistente: uma resistência que começa na individualidade, na relação do indivíduo com ele mesmo, que é então projetada na relação que ele estabelece com os outros.

Finalmente, tenho esperança de que, dentro da capacidade de cada um em distinguir princípios de interesses particulares, a opção passe a ser sempre pelos primeiros. Para isso, devemos inicialmente dizer não a essa enorme diluição das responsabilidades individuais.

É difícil mudar aquilo que já parece estar incrustado na sociedade. Creio, no entanto, que uma gota de água (como este simplório texto) pode não mudar um oceano, mas certamente provocará alguma ondulação, por pequena que seja. E a união de muitas ondulações, então, pode um dia dar origem a uma onda gigante.