sábado, 12 de setembro de 2009

O conceito da PLATAFORMA


Gosto de infra e, por isso, gosto de plataforma.

Plataforma traduz humildade; serviço, arrogância.

Contruir um site apenas para prestar seus serviços (ou vender seus produtos) é colocar-se no centro do universo.

Contruir uma plataforma para possibilitar com que, além dos seus serviços, outros também possam oferecer os deles...

...É O PRÓPRIO FUTURO!

E é isso que os governos, em particular, deveriam fazer. Infra. Plataforma. E deixar que terceiros, ao se valerem disso, possam oferecer mais e melhores serviços para a população.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

A força é centrípeda

A meu ver, o melhor conceito para que uma empresa esteja na Internet hoje, certamente não é o de criar um site, imaginando-se como se estivesse no "centro" do cyberspace. Essa é uma visão do início do século; portanto, antiga.

Talvez muitos de nós ainda não tenhamos nos dado conta, mas já estamos navegando (e rapidamente) para o final da primeira década dos anos dois mil. Hoje, as coisas mudaram.

Agora, quem deseja realmente "estar na web", é preciso descentralizar, espalhar-se, distribuir-se.

É um fenômeno parecido à mudança do paradigma do mainframe para o da computação distribuída.

No meu entendimento, a visão de que a empresa vai criar um site ou portal, para atrair e manter as pessoas ali pelo maior tempo possível, é ultrapassada.

O melhor é estar em "todos os cantos", como nos mecanismos de buscas, no Twitter, no Orkut, em outros sites que possuam propagandas, referências ou links apontados para o seu portal.

A nova força é de fora para dentro, isto é, dos outros sites para a sua empresa.


quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Reflexões sobre o SER e o FAZER


Vitorioso é aquele que se concentra não no que ele pode FAZER, mas naquilo que ele é capaz de SER.

O SER deve ser a origem do FAZER:

SER para FAZER; e não FAZER para SER!

Enquanto o FAZER implica um ato externo, o SER depende de uma transformação a realizar-se NO INTERIOR de cada um.

Há vida lá fora!

Muitos engenheiros e técnicos consomem como informação mais tecnologia do que vida real e a partir daí começam a colocar tecnologia ao invés de vida nos seus projetos.

Além disso, os engenheiros e técnicos convivem exageradamente com outros engenheiros e técnicos, o que explica, de alguma forma, o grande número de projetos absolutamente focados na tecnologia
per se, demonstrando total desconhecimento sobre o consumidor.

Segue um conselho, que se aplica bem aos engenheiros e técnicos. Não é frase minha, mas da Laura Chiavone:

"
Esteja ligado na vida do mundo lá de fora, que é o seu grande alimento. Deixe o seu computador dormir de vez em quando e vá pra rua" (leia o texto completo da Laura, aqui).

O valor das idéias



"A autoridade - pelo menos no Brasil, faz: tenta fechar, proibir, prender, calar. Um dos seus trunfos é o argumento da prática contra o poder das idéias".

Quem fala isso é o antropólogo Roberto DaMatta.

Veja o texto completo dele, aqui.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

OÃÇACUDE (de trás para frente)

Hoje, ouvi a frase de que "educação é um DIREITO de todo cidadão".

Guardo uma particular implicância com a palavra "direito", quando ela disfarça o "dever" de alguém (o dever de um TERCEIRO, nunca um dever MEU!).

Fico pensando em uma criança que ouve que educação é um DIREITO seu. Então, que DEVER ela deveria ter?

Sempre entendi que o elemento ATIVO do processo educacional seria o ALUNO, e não o Professor, nem o Diretor da escola, nem o Estado. Assim, um terceiro não pode pode “DAR” educação a uma pessoa, posto que a educação deve ser, de fato, uma conquista INDIVIDUAL, e que só se obtém quando há uma real MOTIVAÇÃO INTERIOR para ela (estou falando, aqui, de um impulso que venha da ALMA da própria pessoa, e não por qualquer imposição externa).

Pode-se DAR "os MEIOS" para um aluno aprender, mas a EDUCAÇÃO em si dependerá, primordialmente, do próprio ALUNO. E dizer a esse aluno que a educação é um DIREITO que ele possui, de nada adianta. Pelo contrário, só o leva a cobrar DOS OUTROS aquilo que ele deveria estar cobrando DELE MESMO.

Hoje, nossos estudantes (que foram sempre MARTELADOS com a infeliz frase da EDUCAÇÃO "DIREITO do cidadão"), demonstram um total desinteresse pelo conhecimento (salvo exceções). Muitos querem apenas o DIPLOMA (e é bom que este venha rapidamente, e da forma mais indolor possível!).

Com o diploma, eles muitas vezes conseguem bons empregos. E, nas empresas, passam então a reproduzir o mesmo desprezo pelo conhecimento, ou a mesma atitude passiva em relação a este. Nunca o buscam por conta própria. OBRIGAÇÃO, nenhuma, nunca! Afinal (dizem...) a EDUCAÇÃO deveria ser UM DIREITO do empregado (em outras palavras, um "DEVER" da empresa!).

Como canta o Legião Urbana...

...QUE PAÍS É ESSE?



terça-feira, 8 de setembro de 2009

La lumière au bout du tunnel!




Aulas de filosofia dentro das empresas.




Sobre o EMPREENDER


Complementando o
post anterior, eis o melhor da história: são as atitudes e as ações individuais que desencadeiam as atitudes e as ações coletivas, que por sua vez se transformam em comportamento generalizado!

Estamos vivendo em um acelerado processo de mudanças. O século XXI se caracterizará como os 100 anos de toda a história da humanidade em que mais mudanças ocorrerão. E aí, eu pergunto: quem muda antes, o indivíduo ou a sociedade?

Se pensarmos nisso, chegaremos à conclusão de que não se consegue explicar como é que a sociedade muda sem que tenha havido um indivíduo iniciando o processo. Assim, ouso dizer que toda e qualquer mudança da sociedade nasce de uma ação individual, que é absorvida pela coletividade, muitas vezes sem que esta o perceba.

É por isso que as atitudes e as ações individuais valem muito! Afinal, elas podem gerar alterações sociais.

Mas para isso, é preciso uma série de condições, dentre elas, a CORAGEM e o DESPRENDIMENTO. Explico...

A CORAGEM é necessária, pois quem muda está, por princípio, nadando contra a corrente. E as pessoas resistem a isso, pois nadar contra a corrente demanda maior energia. E a tendência do homem é a acomodação. Até 'se deseja' mudar, mas há uma resistência natural ao esforço individual.

Cabe ser ressaltado, aqui, que a coragem que eu menciono é uma coragem única, que eu chamo de A CORAGEM DA ALMA.

Então (alguém poderia perguntar) existem diferentes tipos de coragem? Creio que sim... Pelo menos mais de um tipo! Por exemplo, há a coragem do ignorante, isto é, daquele que demonstra "coragem" por desconhecer o perigo que corre. Por outro lado, há a "coragem" daqueles que são treinados para praticarem "atos de coragem". É o caso dos policiais, dos soldados, dos guerrilheiros (que aprendem técnicas e recebem armamentos). Há, ainda, a "coragem" do inconseqüente, que é aquele que pratica "atos de coragem", pois já escapou daquele perigo no passado, e pensa que, então, escapará dele novamente. E provavelmente haverá outros tipos de "coragem". No entanto, como foi possível notar, procurei colocar o termo sempre entre aspas, pois essas situações denotam tipos de coragem que não demonstram a existência da verdadeira coragem, que eu chamo de A CORAGEM da ALMA.

Esta sim (e somente esta!) pode-se considerar 'virtude'. Ela consta de uma força interior que nos impulsiona a sempre prosseguir, enfrentando toda e qualquer barreira que nos apareça pela frente.

Se, pela RAZÃO, estabeleci (ou aderi a) uma CAUSA, as inúmeras barreiras que naturalmente surgirão, procurarão diminuir a minha VONTADE de lutar por aquela causa. Será, então, atribuição da CORAGEM remover essas barreiras, reduzindo o meu TEMOR natural e "colocando lenha" na minha AUDÁCIA (característica necessária para que eu lute pelas melhores causas).

Outro dia, meu amigo e consultor, P.L., disse que a virtude está NO CENTRO, e como eu concordei com ele, o "colocar lenha da audácia", que eu disse acima, deve ser uma ação realizada nunca de forma desmedida, mas sempre feita com MODERAÇÃO. Mas, continuemos...

Tentando agora resumir o que foi dito até então: a CORAGEM verdadeira e necessária é aquela 'interior', que vem DA ALMA, e que nos impulsiona a vencer todo e qualquer obstáculo que se coloca à nossa frente para nos desanimar na luta RACIONAL em direção a uma CAUSA. E 'desanimar' significa "minar a nossa VONTADE". Assim, volto à minha tese de sempre, de que é preciso EDUCARMOS A VONTADE! Só assim conseguiremos 'não abandonar' uma boa CAUSA, estabelecida ou aderida de forma RACIONAL, por algum tipo de TEMOR.

Mas é preciso que se tome consciência de que as grandes mudanças sociais, produzidas por INDIVÍDUOS (como vimos acima), INTELECTUALIZADOS (como vimos no
post anterior), demanda GRANDES CAUSAS. E, para que sejam perseguidas grandes causas, é preciso disposição para vencer grandes barreiras (pois estas são proporcionais à grandeza daquelas). Assim, que não se pense que é suficiente suportar pequenas adversidades, se se deseja EMPREENDER de fato, rumo a causas que realmente valham a pena e que efetivamente produzam boas mudanças. CORAJOSO, assim, é o homem que, ao EMPREENDER, consegue tolerar grandes sacrifícios, pois, do contrário, ele será apenas "relativamente" corajoso.

E o que o homem corajoso pode (deve) fazer? Basicamente, duas coisas: TOLERAR (resistir, suportar) e ATACAR (enfrentar). Mas, como este último ato está normalmente ligado à IRA, prefiro encarar a CORAGEM como o ato de TOLERAR, RESISTIR, SUPORTAR, antes de ATACAR ou ENFRENTAR.

Vejo que acabei me alongando demais no assunto 'CORAGEM', sendo que ainda tenho que falar sobre o DESPRENDIMENTO. A respeito disso, vou ser muito breve, até porque este
post já está ficando extenso demais.

O DESPRENDIMENTO é necessário, porque uma CAUSA deve ser sempre abraçada não para si, mas para os outros (para os grupos, para a empresa, para a sociedade...). E "os outros", como vimos, passam a aderir às mudanças muitas vezes sem se perceberem disso. E, quando o fazem, tendem a "esquecer" que você foi o agente dessa mudança. Nessa hora, se você quiser se APEGAR ao (sem dúvida magnânimo) papel que desempenhou, então você só sofrerá, e o seu ato grandioso será por si só diminuído, pois você perderá o DESPRENDIMENTO necessário, que nada mais é do que possuir um CORAÇÃO VOLUNTÁRIO, que faz 'pela CAUSA', independente dos louros que eventualmente possam ser amealhados para você.

E haverá ainda os que exacerbarão no sentido "prático" da inovação, tentando (e geralmente conseguindo) incutir nas mentes desavisadas que o mais importante do processo de mudança não foi o ato precursor, criador e INDIVIDUAL em si, mas as ações de implementação que lhe seguiram. Esses negligenciam (por ignorância, creio eu) o valor das idéias e das virtudes (descritas neste
post), tão fundamentais e necessárias para o empreendimento de mudanças substanciais, passando a priorizar o fazer ao pensar, o construir ao projetar, o realizar ao conceber... Invertendo-se a ordem das coisas, ao tentarem "mediocrizar" o valor da intelectualidade e o mérito das virtudes.

[Depois de ter colocado esse
blog por um período de férias, aos poucos vou reaquecendo as turbinas! Continuo mais tarde, evoluindo um pouco mais nesses assuntos...]


segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Como um empregado "comum" pode influenciar o destino de sua empresa?

Entendo que uma das melhores maneiras para isso é a auto-educação permanente.

Digo "auto" por entender que os nossos meios de formação, bem como as iniciativas empresariais de reciclagem de funcionários, são em geral muito insuficientes.

É necessário que criemos uma elite de intelectuais que seja grandiosa, profunda e que de fato forme uma visão sistêmica, mais completa das coisas.

Outro dia, alguém argumentou que "na vida, nada acontece se não for de cima para baixo". Respondi que, se isso for realmente certo, então mais do que nunca os empregados devem procurar 'o topo' de suas organizações, buscando intelectualizar-se.

Ser verdadeiramente do 'topo' de uma empresa significa estar entre os mais intelectualizados, e não apenas atingir o ápice da hierarquia (o que, em algumas situações, pode ocorrer por outros meios, como pela amizade, pelo coleguismo ou pela indicação).

Os mais intelectualizados sempre influenciarão, não só a empresa, como a sociedade. E, sendo que um dos caminhos para alcançá-la é certamente
a cultura, em todo o lugar em que trabalhei procurei sempre incentivar as leituras excelentes; a criação de grupos de estudos; a ampla divulgação de boas idéias e projetos; a geração de publicações; a realização de palestras; a organização de workshops,...

Assim, podem ser desenvolvidas verdadeiras competências, que passarão a fazer acontecer "de cima para baixo"; pois pela intelectualidade estarão acima, de forma natural e bem aceita, e não de maneira forçada ou por imposição.

Sinal ou ruído?

Tenho um amigo que sempre foi muito calmo e, também, extremamente culto.

Suas conversas são habitualmente bem interessantes, pois podem versar, literalmente, sobre qualquer coisa: filosofia, psicologia, antropologia, sociologia, teologia, história,...

Há cerca de um mês, ele me contou que a tecnologia acabou "lhe vencendo": ele finalmente havia adquirido seu primeiro celular e mandado instalar "banda larga" em seu computador.

De lá para cá, tenho observado nele uma verdadeira revolução. Não consigo mais encontrar no meu amigo a mesma pessoa calma e tranqüila de antes. Está com uma aparência terrível, visivelmente mais agitado, pálido, com olheiras e olhos vermelhos.

Ele me diz que tem passado as noites baixando álbuns de música e livros digitais!

Eu, como alguém que trabalha com Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs), deveria ficar contente com essa "revolução" que está ocorrendo na vida dele. Entretanto, por outro lado, vejo que estou perdendo aquele amigo com quem eu trocava muitas idéias e informações interessantes, sobre diferentes temas. Em pouco tempo, ele se tornou "mais um" companheiro que fala sobre o mesmo (e único) tema de sempre: as TICs.

Agora ele passa horas e horas monitorando o progresso de uma barra de download, na tela de seu computador; e acha maravilhoso que as músicas (que antes ele ouvia em CDs) estejam sendo baixadas (no seu PC, a partir da Internet). O prazer, ao invés de ser o da música em si, passou a ser o de "baixar" a música. Inacreditável!...

Nunca imaginei que "este" meu amigo seria contaminado pelo comportamento insano que as TICs podem proporcionar nas pessoas: verdadeira doença, que faz com que os usuários dessas tecnologias percam a capacidade de discernimento entre o que é sinal e o que é ruído em suas vidas.

É claro que as tecnologias trazem progresso e que queremos ter os equipamentos mais atualizados, bem como as bandas cada vez mais largas. Entretanto, embora possa parecer paradoxal o que vou dizer, é fundamental que também saibamos pisar no freio de vez em quando, pensando no que realmente queremos para nós, no que de fato nos deve dar prazer, naquilo que devemos verdadeiramente valorizar em nossas vidas.

E, nesses momentos, identificaremos o que há de mais precioso em nossas vidas, que não são os celulares, os computadores, as HD-TVs, as bandas largas...

...É quando encontraremos as nossas melhores amizades. É quando encontraremos o carinho e o suporte incondicional de nossos familiares. É quando encontraremos a nós mesmos. E é quando encontraremos Aquele que nos criou e que nos ama infinitamente.

Banda, cada vez mais larga, SIM!

Pé no freio, cada vez com maior freqüência, TAMBÉM!

O verdadeiro progresso está no discernimento. A virtude, na moderação.