O nosso ensino é fundamentalmente baseado na solução de exercícios.
E quanto mais "Ciência Exata" for, mas isso ocorre.
Na Escola de Engenharia, por exemplo, muitos exercícios são realizados, sendo que esse procedimento é baseado no uso de habilidades ou técnicas "sobreaprendidas"; ou seja, que são transformadas em rotinas automatizadas como conseqüência de uma prática contínua.
Devemos nos conscientizar, no entanto, que nós nos limitamos a exercitar uma técnica quando enfrentamos situações ou tarefas já conhecidas, que não representam nada de novo e que, portanto, podem ser resolvidas pelos caminhos ou meios habituais.
Um problema, por outro lado (ao contrário de um exercício) é, de certa forma, uma situação nova ou diferente do que já foi aprendido, e que requer, para a sua solução, a utilização estratégica de técnicas já conhecidas.
E essa abordagem estratégica em cima de um problema exige a ativação de diversos tipos e conhecimento, não só de diferentes procedimentos mas também de diferentes atitudes, motivações e conceitos. E isso requer, como hoje se costuma dizer, pensar "fora da caixa".
Porque os problemas, em geral, não são bem definidos ou estruturados (não vêm "encaixotados"!). E diria ainda que, na realidade...
"Não existem problemas totalmente bem definidos,
a não ser as tarefas que denominamos exercícios!"
Quem busca resolver
problemas, então, não sabe claramente de que elementos está partindo, quais as técnicas que precisam ser empregadas para se chegar à meta, e qual é essa meta. Assim, começa-se por delinear uma
estratégia, em busca de uma solução para um "problema" (ainda pouco claro mas que, no percurso, vai ficando, aos poucos, delineado).
Essa é, assim, a diferença fundamental entre um procedimento essencialmente
operacional (para o qual a maioria dos profissionais das Ciências Exatas são bem treinados) e um que é fundamentalmente
estratégico (cujas "condições de contorno" terão que ser definidas pela própria pessoa, iniciando-se, em geral, praticamente "do zero"!).
Pode-se
inovar em um ambiente estritamente
operacional, "encaixotado". Não há dúvidas quanto a isso! Mas não se duvida, também, que
as formas de agir e de pensar, bem como o ambiente mais adequado para se inovar é de cunho "
estratégico" (no sentido de ser "de
problemas", não simplesmente "de
exercícios").
Para "aliviar" um pouco o peso do tema, e também para exemplificar, segue
um site bastante criativo. Certamente, fruto de pensamentos
fora da caixa!
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