terça-feira, 11 de março de 2008

Geração Y: porque isso pode ser importante para nós?

Se você ainda não ouviu falar de "Geração Y", vai ouvir!

E se não sabe exatamente o que é, aqui vai uma breve explicação:

Primeiramente, vamos definir "Baby Boomers". Esse termo é usado nos EUA para identificar as pessoas nascidas de 1946 até 1961 (alguns autores prolongam esse período para até 1964). Nessa época (pós Segunda Guerra) houve uma significativa explosão demográfica naquele país. O termo "baby boom" passou, então, a ser usado, genericamente, para identificar períodos de alto crescimento populacional, independentemente da geografia.

Geração X é a expressão usada para identificar pessoas que nasceram a partir de 1961 (ou de 1964) e durante a década 1970. As características dessa geração foram pormenorizadas em um livro escrito por Douglas Coupland (Generation X: Tales for an Accelerated Culture). Para resumir, o termo "X" foi empregado pela percepção de que essa geração específica não possui uma identidade social bem definida. Boa parte dela é constituída por pessoas apáticas, sem afeições ou sentimentos. O termo passou a ser pejorativo; mas, por outro lado, essa é a geração responsável pela evolução da Internet e pelos inúmeros progressos decorrentes dela.

Geração Y é o termo agora utilizado para referir-se às pessoas que nasceram entre 1980 a 1995. O "Y" representa uma sucessão do "X" ("após o X"). Esse termo está agora muito "na moda", principalmente pelo fato de que é essa geração que está, neste momento, definindo o resultado da eleição presidencial Americana. E os candidatos têm focado os seus discursos e programas especificamente para a Geração Y.

É uma geração diferente da anterior, sob vários aspectos. Primeiramente, porque ela não está mais tão apegada ao sucesso de suas carreiras e à competição sem limites. Ela percebe que outros valores são tão (ou mais) importantes, como a maior convivência familiar, a prática de esportes, o lazer, a busca pelo aprimoramento cultural, a preocupação com a preservação ambiental, dentre outros.


Muito interessante é o livro que a Penelope Trunk escreveu a respeito da Geração Y, dando sugestões sobre como devem ser desenvolvidas as novas carreiras e como deve ser o novo comportamento das pessoas no trabalho. O livro é bastante polêmico, pois fala de valores que são totalmente contrários àqueles com os quais as pessoas estão, hoje, habituadas a conviver.

Mas por que isso pode ser importante para nós?

Porque os ambientes empresarias, dos quais fazemos parte, estão mudando rapidamente. E as novas gerações ("Y") estão entrando nas empresas. Todos nós já passamos a conviver e a interagir com essas pessoas. E elas pensam de modo diferente. E têm ideais e formas de agir diferentes. E as empresas, inevitavelmente, se adaptarão a elas. E as que resistirem, estarão rapidamente fossilizadas. Portanto, precisamos conhecê-las.

Tudo isso está na obra da Penelope Trunk. Para quem lê em Inglês, o livro já está sendo vendido na Amazon.com. No entanto, em breve, deverá ser publicado em Português.



Planos de negócios

Quando pensamos em lançar um novo produto/serviço ou mesmo quando alguém planeja montar um novo negócio, vem sempre à tona a questão do plano de negócios (o famoso business plan).

Esta reportagem (em Inglês) é excelente para quem se interessa por esse assunto. Ela questiona a validade de nos atermos demais aos planos de negócios.

Particularmente, concordo com isso. Um fato incontestável é que muitos dos negócios bilionários que surgiram na web não partiram de business plans bem elaborados. A grande maioria nem ao menos teve um business plan, quando foi criado. Ao contrário, foram simplesmente idéias de jovens que seguiram as suas intuições, acreditaram plenamente nelas, levaram-nas adiante e acabaram ficando ricos com as mesmas.

É certo, também, que o negócio não pode partir exclusivamente da tecnologia, sem que se olhe para o mercado.

Portanto, é necessário haver um mix dessas coisas.

Nos últimos 25 anos, milhares de pessoas fizeram fortunas produzindo e vendendo livros, palestras e cursos sobre planos de negócios. Toneladas de trabalhos acadêmicos foram geradas sobre esse assunto. Mas a real validade disso e o suposto atrelamento de um business plan com o sucesso do business é algo questionável. Sempre achei isso e, ao mesmo tempo, sempre me achei um peixe fora d'água por achar isso...


O fato é que, em toda parte, perde-se muito tempo com o planejamento detalhado de projetos/empreendimentos que jamais se realizam; com a elaboração de orçamentos que nunca são seguidos/obedecidos; com a preparação de planos de negócios que são baseados em projeções/estimativas que acabam, em geral, passando longe do que, de fato, acaba acontecendo.

Se todos nós já percebemos isso, por que continuamos fazendo (e dando extrema importância) a essas coisas?

Não seria melhor dispendermos esse tempo/esforço/energia simplesmente... Executando? É do que o artigo trata.

É claro que, como estamos todos habituados a seguir as cartilhas e a levar em conta o que é pregado pelos "gurus" da administração e pelos professores dos MBAs, o artigo parecerá polêmico ou até "fora do contexto".

Mas é excelente para todos nós refletirmos sobre o assunto. E, talvez, mudarmos nossas formas de pensar e agir.

Novidades em telecomunicação móvel sem fio

No post anterior, falei sobre o que entendo que são algumas "tendências para 2008", na área das Tecnologias de Informação e Telecomunicações, as "TICs".

Como (embora totalmente desprovido de qualquer bola de cristal) acredito plenamente no que disse, vou tentar, ao longo do ano, buscar informações sobre a evolução de cada um dos ítens que foram listados naquele texto.

E, para dar início a isso, segue o que há de mais recente na área do desenvolvimento do WiMAX Móvel:

1. Este vídeo é uma demonstração do que a Intel está lançando: redes mistas de Wi-Fi com WiMAX.

2. O sistema "troca" automaticamente de Wi-Fi para WiMAX, e vice-versa. Veja uma reportagem sobre isso aqui.

3. Com essa "mistura de tecnologias" a Intel pretende oferecer, além de mobilidade, cobertura (isto é, cobrir as mais curtas distâncias com Wi-Fi e as mais longas com WiMAX, de forma fácil e transparente ao usuário). Veja.

4. A partir de 18 de abril, a Intel pretende, através do WiMAX, "revolucionar o mundo da Internet sem fio, com o lançamento de um chip de nova geração". Leia mais sobre isso aqui.

5. Finalmente, muito interessante é este artigo que, entre outras coisas, mostra uma estimativa de que haverá 150 milhões de pessoas cobertas por WiMAX em 2008, 750 milhões em 2010 e (veja isso!!!): 1,3 bilhão em 2010.


Futuro próximo

Quais são as tendências ou acontecimentos previstos para o setor das Tecnologias de Informação e Telecomunicações neste ano?


É claro que, qualquer previsão que se tente fazer tende a se alterar ao longo do tempo, porque o setor é bastante dinâmico e, portanto, sujeito a inúmeras surpresas.

Entretanto, entendo que já podemos tentar antever algumas coisas, com um certo grau de segurança. Aqui vão elas:


    1. Aquisições. As aquisições e fusões deverão continuar, até porque o setor descobriu a convergência digital como sendo um grande negócio e, além disso, os players estrangeiros são muito fortes e os da terrinha têm que se unir, se desejarem competir (ou mesmo, sobreviver!). A aquisição da BrT pela Oi é das mais importantes e deverá colocar o nome Jereissati no mapa das telecomunicações (aliás, o mesmo Jereissati é quem deve estar abrindo, ainda neste ano, a primeira loja da Apple no Brasil, que provavelmente se localizará no Shopping Iguatemi, em São Paulo). E o Carlos Slim deverá continuar adquirindo empresas por aqui, com vistas a oferecer serviços convergentes (quadri-play). No cenário internacional, algo de importante certamente vai ocorrer com a Yahoo! (ou ela será adquirida pela Microsoft, ou pela própria Google; ou, senão, minguará).

    2. WiMAX Móvel. Não há muito mais a se dizer a esse respeito, sendo esta uma tecnologia sobre a qual já temos discutido há muito tempo. Só não sei o que vai ser das operadoras e prestadoras de serviços que têm implementado e comercializado redes fixas de WiMAX (ou Pré-WiMAX). Elas poderão adaptar suas redes ao sistema móvel? Com que alterações? E quanto isso custará? São perguntas que, no meu entendimento, são importantes e nos levam, a esta altura, à conclusão de que o momento é de esperar a consolidação do WiMAX Móvel para qualquer avanço no uso/comercialização dessa tecnologia.

    3. Portabilidade Numérica. Também já discutimos bastante isso. Trata-se da possibilidade de os usuários mudarem de operadora, conservando o mesmo número de telefone. Isso certamente gerará uma maior concorrência entre as operadoras. Conversei na semana passada com ogerente de marketing da GVT, o qual me informou que a área dele está, por vários meses, quase que só tratando deste assunto específico. Isso é um indicativo de que a portabilidade numérica está realmente chegando, devendo acontecer ainda este ano (embora as datas de lançamento já tenham sido alteradas, por várias vezes).

    4. Redes 3G. Isso já começa a ser realidade. No entanto, vejo como um problema a penetração dessa tecnologia. As operadoras olham para o que chamam de "ARPU" (Receita Média Por Usuário), sendo que só encontram valores que elas entendem como "significativos" nos maiores centros, isto é, nas grandes cidades. Assim, só podemos esperar que as operadoras descubram planos de negócios atrativos, de forma que o 3G (e os aparelhos compatíveis) possa avançar a preços razoáveis; pois, se isso não ocorrer, os serviços ficarão limitados exclusivamente às maiores cidades e às classes de maior poder aquisitivo (e, assim, o futuro do 3G seria bem menos do que se espera).

    5. Quadri-play (também chamado "Quad-play", ou ainda, para quem preferir, "Quadruple-play"). Trata-se da oferta de serviços em pacote (bundle), incluindo: telefonia fixa + telefonia móvel + banda larga + TV por assinatura. Não há dúvida de que essa é a tendência, sendo que já está havendo uma forte movimentação de operadoras no sentido de que isso seja viabilizado.

    6. IPTV. Trata-se da entrega de conteúdo por meio de plataforma IP (Internet Protocol), sendo que a combinação das siglas IP+TV insere-se dentro do conceito da convergência de mídias (voz + vídeo + dados). É um Serviço de Valor Adicionado que deve proporcionar fontes adicionais de receita às operadoras, aumentando o "ARPU" e a reduzindo o "CHURN" (taxa de evasão). E é um assunto que deve nos interessar, pois os players do setor televisivo precisam de infra-estrutura de rede.

    Foram geradas algumas divergências quanto ao conceito de IPTV. Já li artigos citando IPTV como a entrega de programação por meio de uma rede fechada, para uma TV dedicada. E já li outros, definindo IPTV como a entrega de conteúdo de vídeo pela rede aberta (Internet), em computador (embora esse serviço seja verdadeiramente chamado de WebTV).

    Independentemente dessas confusões, a veiculação de conteúdo televisivo por meio de tecnologia IP (permitindo o uso de uma rede de banda larga para entregar conteúdo de TV acrescido de serviços interativos), propiciará ao setor de telecom a oportunidade de entrar em uma área que, até então, era monopolizada pelas chamadas "radiodifusoras".

    A essência é que, com o maior uso da web, e com a liberdade que ela proporciona, as exigências dos usuários mudaram, sendo que estes, atualmente, já não se sentem mais satisfeitos em ter as radiodifusoras ditando 'quando' e 'qual é' a programação que eles devem assistir. Os usuários desejam, com a TV, o mesmo tipo de flexibilidade e liberdade de escolha que a web lhes proporciona! Hoje, o pessoal de mídia escolhe conteúdos que eles "acham" (ou que as pesquisas determinam) que terá maior apelo às massas (e aí vêm os IBOPEs da vida, medindo os resultados obtidos). No entanto, com a IPTV, vejo que isso mudará completamente, e a palavra-chave passará a ser personalização. E, assim, todo o conceito de televisão será alterado. Bem como (e especialmente!) o das propagandas.

    Entendo, no entanto, que a TV continuará sendo o meio de comunicação mais eficiente para entretenimento, informação e educação em massa, considerando que os aparelhos de TV ainda são os equipamentos eletrônicos residenciais mais populares em todo o planeta (vi recentemente uma estimativa de que há quase 2 bilhões de aparelhos de TV em funcionamento!). Por isso, acredito que a TV convencional ainda existirá por muitos anos (certamente com os aprimoramentos rumo à digitalização do sinal e da TV de alta definição, chamada de "HDTV", dentre outros que deverão aparecer). E, além disso, a IPTV ainda carece de regulamentação, aprendizagem por parte dos setores envolvidos e, certamente, de grandes investimentos em infra-estrutura.

    E é exatamente aqui que podemos entrar: na infra-estrutura! O acesso em banda larga passa a ser o veículo utilizado não apenas para se utilizar a Internet (e fazer chamadas telefônicas usando VoIP), mas também para assistir à TV (e interagir através dela, dispondo de serviços de vídeo sob demanda, gravação seletiva de programas e jogos on-line)! Ou seja, ele passa a ser o meio de transporte de inúmeros serviços digitais para uma residência (a verdadeira convergência digital em casa!).


São algumas frentes que deverão evoluir durante este ano. Há outras, certamente (que também poderão nos influenciar, de uma maneira ou de outra). Deste modo, os seus comentários, desenvolvendo ainda mais este tema, são muitíssimo bem-vindos!


A batalha dos jogos

Antes do Natal, achei curioso verificar que, em um shopping de Curitiba, estava sendo aberta uma nova loja de CDs!

Fiquei pensando: será possível que, em época de iPods e similares, há ainda quem compre CDs?!!!

Hoje, já há milhões de músicas que podem ser gratuitamente baixadas através da Internet e colocadas em um tocador minúsculo (os MP3 players), ou reproduzidas nos próprios equipamentos de som dos carros.

E o mesmo fenômeno, no meu entender, passará a ocorrer com os jogos eletrônicos.

Antes da Internet, esses eram verdadeiras ilhas isoladas, onde um usuário jogava, por si só, "na máquina" ou "com ela". Isso mudou drasticamente em 2002, quando a Microsoft lançou o seu serviço online 'Xbox Live'. De lá para cá, a Sony e a Nintendo buscaram seguir o mesmo caminho, lançando produtos que possibilitam a realização de jogos em rede (e na Rede). Mas eles só funcionam para aqueles usuários que têm o mesmo console, em cada ponta.

Outro dia, decidi entrar na rede social "Facebook" (também da Microsoft) e constatei que, lá, não há essa limitação. Se, por exemplo, eu estou acessando a Internet por meio de um Mac e você através de um PC, nós dois podemos jogar qualquer game, um com o outro, sem problemas! Basta apenas que cada um tenha uma ligação Internet e um nevegador! E tem mais: o Facebook possui jogos assíncronos, isto é, você joga a "sua vez" (ou a "sua mão") na hora que for conveniente para você!

Assim, no meu entendimento, em pouco tempo (a exemplo do que já está acontecendo com os CDs), pouca gente comprará esses equipamentos caríssimos de jogos eletrônicos.

Sobre isso, alguém, certamente, pode argumentar que a qualidade obtida por meio dos equipamentos (do tipo PlayStation 3, Wii, etc.) é bem superior ao que se consegue sem os mesmos. Tudo bem!!! Mas a ubiqüidade de uma rede social to tipo 'Facebook' é fantástica, o que é bem reconhecido pelos seus mais de 62 milhões de usuários!

E, obviamente, isso é motivo de grande preocupação por parte dos executivos da Sony e Nintendo, que devem estar, nessa hora, tentando correr atrás desse "prejuízo".

Para os usuários, isso é excelente! Vamos ver o que essas duas empresas apresentarão no seu "contra-ataque".

E, para quem ganha com 'tráfego Internet', o cenário é melhor ainda!


O reino da gurulândia

Tenho uma verdadeira e já antiga aversão aos chamados 'gurus', seja de que campo de "especialidade" (aspas propositais) eles forem.

Na Administração, a técnica dos gurus está em algum lugar entre a comédia e a tragédia: uma companhia começa a fazer sucesso e a "gurulândia" toda corre para adaptar uma história que passe a "explicar" aquele sucesso. E, mais rapidamente do que alguém possa imaginar, eles publicam livros (que ordinariamente viram bestsellers) e passam a oferecer consultorias, palestras e cursos caríssimos. Tudo com o propósito (que eles procuram tornar bem visível) de nos induzir a agir como aquela companhia, e, obviamente, com a real intenção (que eles tentam "invisibilizar") de que eles (os gurus) ganhem muito dinheiro com toda essa manobra.

E o marketing que usam nisso é pesado! E dá certo! E 'ai' se você ousar criticar um guru: passa a ser massacrado! E, se você estiver cursando um MBA, permita com que eu lhe deixe aqui uma dica: jamais critique um guru em sala de aula, pois você correrá um grande risco de vir a ser reprovado (ou, pelo menos, o professor tentará ridicularizar você e a sua crítica, tudo sob as risadinhas irônicas de seus coleguinhas)! É assim que funciona o marketing: influencia fortemente a opinião pública, que prefere "ir na onda" a tentar racionalizar e enfrentar o desgaste de defender alguma opinião própria. E, desta maneira, os gurus continuam nos enrolando. E fazendo sucesso!

Mas por que estou falando sobre isso?

Porque o Google é o foco atual dos gurus (principalmente pelo fato de que a Microsoft está querendo adquirir o Yahoo!, para fazer frente aos avanços do Google).

Todos os gurus, agora, tentam explicar os motivos pelos quais o Google é sucesso. E começa a pregação: "é preciso arriscar!"; "é necessário ter foco!"; "inovar é fundamental!"; "tem-se que fazer isso e aquilo!". O que eles não vêem (ou se vêem não dizem) é que milhares de companhias arriscaram, tiveram foco, fizeram tudo o que está sendo pregado e... Foram para o buraco!

Oras bolas! Lembro de ter lido a declaração dos próprios proprietários do Google de que eles jamais planejaram o negócio da forma como ele evoluiu (uma agência de propaganda virtual, imensa e poderosa, fantasiada de um mecanismo de busca, visualmente bem singelo), e que jamais imaginaram que iriam crescer tanto. Em outras palavras (e isso ninguém diz): se chegaram aonde chegaram, foi também por uma boa dose de... Sorte!

Será que eu fui o único que leu essa declaração? Claro que não! Mas foi uma entrevista antiga, quando os proprietários do Google eram ainda imaturos e estavam extasiados com o sucesso que começavam a fazer. Hoje, certamente, já perceberam que 'sorte' não dá prestígio para ninguém (embora dê dinheiro!), e é claro que não dão mais aquele tipo de declaração.

E, além disso, ainda sobre o tema 'sorte': ela dá dinheiro para as cartomantes, não para os gurus (os quais, por isso, nunca vão falar dela, com o devido valor que ela mereceria!).

De tudo isso, espero com humildade deixar ao menos uma mensagem que entendo como fundamental: não adianta só olharmos para negócios bem sucedidos e tentarmos "explicar" as possíveis razões que originaram aquele sucesso. É necessário, também, que olhemos para os que não deram certo, procurando identificar os motivos dos fracassos. E uma coisa é certa: estes são em número muito maior do que aqueles. Embora os gurus não o digam!


Use, mas use bem!

Interessante esta matéria sobre o uso dos PCs nas escolas.

Penso que, aos poucos, mais pessoas vão descobrindo que, se por um lado os PCs nos ajudam imensamente, por outro, se forem mal utilizados, podem levar a alguns sérios inconvenientes.

Nos ambientes da família e do trabalho, por exemplo, os PCs podem reduzir o relacionamento entre as pessoas e, também, a afetividade: que, no meu entender, é o que realmente nos diferencia dos animais (mais do que a própria inteligência, como habitualmente nos ensinam!).

Assim, e sem qualquer exagero (pois basta observarmos), com o mau (ou excessivo) uso dos computadores, vamos aos poucos nos animalizando...


Inovação e o problema do pensamento realista

A grande maioria dos produtos e serviços que são lançados no mercado como sendo "inovação", na verdade são, apenas, o resultado de umaprogressão tecnológica ou de uma otimização em torno de algo que já estava no mercado antes.

Uma inovação '
de fato' é aquela que muda de forma significativa (e cria) um mercado.

Por exemplo: quem poderia imaginar que, no meio de tantos tocadores de MP3 (que já existiam há alguns anos), viria a ser lançado
um aparelho oferecendo músicas com formato proprietário, sem tocador de rádio, e, mesmo assim, deixar milhões de adolescentes, crianças e adultos totalmente fascinados por ele? Pois o Steve Jobs, da Apple, imaginou exatamente isso!

No cenário das TICs, muitas pessoas fazem "progressão tecnológica", mas pouquíssimas têm a capacidade (o talento, o "flair") para realmente inovar. O Steve Jobs é, definitivamente, uma delas. E é por isso que sempre fico muito atento aos movimentos dele, pois tendem a ser, sempre,
revolucionários.

Sobre esse assunto, segue um tópico para a sua reflexão:

Vamos supor que, há cerca de 5 anos, uma empresa que já produzia tocadores de MP3 desejasse inovar; e, para isso, decidisse contratar uma pesquisa de mercado. O que essa pesquisa provavelmente diria a essa empresa? Certamente, proporia aumentar a capacidade de armazenamento dos tocadores para ziliões de gigas, sugeriria a inclusão de rádio no equipamento, a adoção de formatos cada vez mais abertos, e, por aí, a coisa iria... Mas
, de real inovação, necas!

O fato é que
inovação não provém da opinião dos consumidores. Quando esses são entrevistados, a grande maioria dirá coisas do tipo: "seria bom se o meu equipamento tivesse maior armazenamento"; ou, "gostaria que as minhas fotos fossem de maior resolução"; ou ainda, "queria que a minha conexão à Internet tivesse uma taxa de transmissão maior".

Entretanto, ao buscar oferecer essas "demandas", a empresa não estará inovando, mas simplesmente tornando
maior uma funcionalidade já existente. O ponto aqui é que se pode melhorar a qualidade (de algum produto ou serviço) sem inovar! E isso é o que geralmente ocorre!

Para inovar, outras características são necessárias, como intuição, "insight", capacidade de enxergar "fora do quadrado", além de sabedoria e coragem de tubarão para nadar contra a corrente. Para que a inovação ocorra, é necessário não ser pessimista. Mas, também, é preciso
não ser realista (pois os realistas são os que mais mal fazem para a capacidade de inovar). Em resumo: é necessário que haja, em uma equipe de desenvolvimento de novos produtos ou serviços, uma boa dose de utopia, sem o que jamais surgirá algo que realmente revolucione, que crie novos mercados (e "utopia", aqui, não é ter um pensamento secularizado, nem significa a negação do mundo, conforme descrito por S. Thomas Morus; mas é, sim, manter o coração no alto e os pés no chão, com otimismo e Esperança).

E, se você ainda é daqueles que acha que só cabem em uma empresa pessoas "realistas", então você não é, nem de perto, um "Steve Jobs". Mas não se importe com isso: poucos são os que valorizam, dão espaço e apostam no pensamento utópico, razão pela qual poucos, de fato, realmente inovam.



Reflexão: nem sempre o melhor é o melhor

Quando uma barragem é projetada, estima-se o que se chama Período de Recorrência. Trata-se do tempo médio em que a vazão de projeto é igualada ou superada. Assim, se o Período de Recorrência é, por exemplo, 1/10.000, isto significa que aquela vazão ocorrerá, em média, uma vez a cada 10.000 anos (obviamente, ela pode ocorrer 'amanhã', pois trata-se apenas de um conceito probabilístico, calculado estatisticamente).

Acontece que, construir uma barragem com esse nível de segurança pode sair (e freqüentemente este é o caso!) muito caro. Deste modo, o projetista diminui o Período de Recorrência, assumem-se os riscos decorrentes disso e a construção da barragem fica, como conseqüência, financeiramente viável para quem vai pagar por ela.

O mesmo deve ocorrer no cenário das Tecnologias de Informática e Telecomunicações, as TICs. No passado, empresas que só consideraram a "qualidade" tecnológica de seus produtos obtiveram fracassos monumentais.

Um bom exemplo disso é o do VHS, que ganhou do BETAMAX, embora este fosse muito superior àquele (veja aqui).

Coisa parecida ocorre com os APPLE MACs, que, embora muito superiores aos PCs, não vendem tanto quanto estes (veja aqui.). Embora esta seja uma opção planejada e muito bem avaliada pela APPLE!

Agora, assistiremos à queda do HD DVD, com a ascensão do BLU-RAY da Sony, como mostra esta matéria da Reuters, assunto que também está aqui.

São exemplos que nos levam à constatação de que nem sempre a oferta do SUPRA SUMO da tecnologia (a mais CONFIÁVEL, a mais ROBUSTA, a mais MAIS) é que produzirá os melhores resultados empresariais.

Outros fatores (como PREÇO e INTEROPERABILIDADE, por exemplo) precisam entrar na balança!

Em resumo: nem sempre o melhor (em termos unicamente 'de tecnologia') será o melhor (em termos de 'retorno financeiro'). O projetista do produto ou serviço deve colocar todos os fatores influentes na balança e, se necessário for, "diminuir o Período de Recorrência"; assumindo, assim, os riscos decorrentes disso, para que, então, possa obter maior retorno.

(Reedição de texto datado de 19.fev.2008)

segunda-feira, 10 de março de 2008

$ 0,00


Você sabe o que é "subsídio cruzado"?

Segundo a reportagem de capa da revista WIRED deste mês, esse é o futuro dos negócios.

Quer saber por que? Então clique aqui (e aproveite a explicação, que é grátis!!!).

FELIZ DIA DAS MÃES

Boa notícia


para o Dia das Mães!


O que se salva

Na época do vinil, havia pelo menos um lado que se salvava.

Depois veio o CD, com um lado só (e, se esse não se salvasse, não havia alternativa).

Agora, não há lado algum: você "salva" exatamente as músicas que quer, as que você realmente gosta.

Mas, se olharmos para o mercado, a indústria tradicional da música não gostou dessa evolução; porém nós, os usuários, adoramos (portanto, continua nessa história havendo um "lado bom", o que se salva!).

Aqui tem MP3 grátis!

Entre no Woonz, digite o nome da música ou da banda que você desejar, clique em search e baixe o respectivo MP3.

Verifiquei que o site não tem vírus e que ele disponibiliza muitas músicas!