quarta-feira, 2 de novembro de 2011

O boi que pensava

Era uma vez um boi que pensava... ele via seus amigos da boiada se divertindo, saboreando do pasto gostoso, bebendo da água fresca, lambendo o sal mineral... e adoravam ficar embaixo das mangueiras... à sombra. Os bois não pensavam. Mas ele, não se sabe por que, começou a pensar. E como adquiriu o pensamento, ficou curioso. E foi ver o que acontecia na vida dos bois, depois que eles eram tirados dos pastos e entravam nos caminhões. Foi e descobriu. Bois alegres, felizes e sorridentes, sendo colocados num curral, num funil estreito... e quando se aproximavam da porta do abatedouro, via a angustia, o medo e o desespero, então inútil, de toda a boiada.... isso levava alguns poucos minutos... pois até aquele momento, a boiada vivia de felicidade absoluta.

Voltou para o seu pasto e procurou conscientizar seus amigos. Mas, tudo em vão. Os outros bois, felizes, cheios de sucesso, gordos, não davam atenção nenhuma ao boi que pensava... e o expulsaram dali. Ele embrenhou-se na mata, fez amizade com os bichos selvagens e olhava de longe aquela boiada feliz. Um dia, os caminhões vieram e foram todos colocados no transporte. O boi que pensava já sabia do destino de todos eles. Correu para o esconderijo de onde podia ver os últimos minutos da vida dos seus amigos. Muitos ainda riam, gordos, felizes... mas, a cada passo, com o cheiro do sangue no ar, já há uns 10 metros do portal do abate do matadouro, a adrenalina subia e os bois se debatiam de terror. Ao olharem ao longe, viram o boi que pensava observando-os... e gritavam, na linguagem bovina... Ingrato, traidor, por que você não nos avisou. Eu avisei disse o boi que pensava, mas não há nada que um boi possa fazer que mude o destino de uma boiada...


- Posted using BlogPress from my iPhone

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Sociedade de Conhecimento

Seguem três perguntas sobre as quais deveríamos refletir mais profundamente, antes de darmos respostas imediatas, automáticas.

PRIMEIRA - Estamos realmente na "era do conhecimento"?

Para começar, convém analisarmos de que adiantaria o conhecimento se não fosse para produzir uma maior qualidade de vida, um maior desenvolvimento e, em última análise, uma maior felicidade para os seres humanos?

Porém, apesar de toda tecnologia disponibilizada, a sociedade contemporânea muitas vezes parece ser "menos equilibrada" que as anteriores! Os artigos científicos publicados na área da psiquiatria são enfáticos quando afirmam que, proporcionalmente ao tamanho populacional, nunca houve tanto "stress", tanta ansiedade e tanta depressão como agora (esta, já chamada de "a doença do século")! Mas, então, que "era do conhecimento" é essa, que produz tanta infelicidade nos seres humanos?

A geração de nossos avós, mais simples do que a nossa (pois eles não tinham a mesma arrogância de se dizerem pertencentes a uma "sociedade da informação ou do conhecimento"), também parece ter sido mais humana, mais pacifista, mais ecológica, mais solidária, mais integrada.

SEGUNDA - Tecnologias significam evolução?

Certamente, elas respondem a necessidades (básicas, algumas supérfluas) da sociedade pós-moderna. Evolução, por outro lado, deve significar uma harmonia maior com aqueles que nos cercam, com o meio em que vivemos, e, especialmente, com nós mesmos. E isso está ocorrendo? Será que os países mais ricos e mais tecnológicos, do hemisfério norte, são os mais humanos? É lá que as pessoas são mais felizes?

TERCEIRA - É possível conciliar desenvolvimento tecnológico com desenvolvimento humano?

Claro que sim!... Mas por que não seria?

Entendo que um país como o nosso, que está em fase de desenvolvimento e possui origem latina, tem as condições ideais para isso. Para tal, nosso desenvolvimento não deve ser copiado dos países do hemisfério norte. Temos que nos desenvolver a nosso modo, evoluindo técnica e economicamente, mas também (e especialmente!) como pessoas, que sabem usar esse desenvolvimento a serviço de uma vida mais harmônica e mais feliz.


- Posted from my iPhone

Reflexão


Detesto o superficial (há que se ter conteúdo), amo o simples (há que se ter humildade).



- Posted from my iPhone

sábado, 25 de junho de 2011

O retorno


Telecotreco voltando hoje e com uma nova versão, para ser lido também nos celulares!




- Posted using BlogPress from my iPhone

A rede vai se tornar um grande computador inteligente


Já imaginou se minha equipe de trabalho tivesse acesso ao GPS do meu celular? Saberia, então, que eu chegarei 10 min mais tarde para a reunião.

E se o guarda de trânsito tivesse o mesmo acesso? Saberia que só chegarei a tempo para a reunião se eu ultrapassar o limite de velocidade. E eu imediatamente ouviria um beep no meu celular, anunciando que uma multa foi automaticamente emitida e que já foi debitada da minha conta.



O fato é que inúmeras aplicações passarão a ser disponibilizadas por meio da Internet. E teremos serviços que hoje nem conseguimos imaginar! E os aplicativos tomarão muitas decisões por nós!

Esse é o imenso e fantástico "cérebro virtual" que estamos criando.



O futuro da web está nas aplicações específicas



É claro que o e-mail e os navegadores (Internet browsers) proporcionaram grandes revoluções.

No entanto, o e-mail já não é mais usado pelas novas gerações, que preferem as redes sociais como meio de comunicação. E quanto aos browsers... Bem, como eles nos fazem perder tempo!

Outro dia, estava em outra cidade, terminei uma reunião mais cedo e desejei retornar para casa mais cedo. Tentei, então, fazer a antecipação do voo pelo navegador do meu celular. Fui do site de buscas para procurar o próximo voo para Curitiba, mas não foi fácil conseguir o que eu queria, pela web! Acabei ligando para meu agente de viagens, que resolveu a questão muito rapidamente.

Por isso, entendo que o futuro da web não está nem no e-mail e nem nos browsers, mas nas aplicações específicas!

Fantástica, por exemplo, é a aplicação Kindle, da Amazon. Ela permite uma rápida navegação por milhões de títulos de e-books, sendo que com um clique e em poucos segundos você baixa uma degustação gratuita de um livro; e, se mais tarde desejar comprar o livro todo, você o faz novamente com apenas um clique. E eles criaram um ambiente multi-plataforma: se você estava lendo o livro em seu celular e pausou em determinada página, quando volta a ler aquela publicação no seu computador, ela estará lá na mesma página em que você havia parado de ler! Sensacional!

Do mesmo modo, poderia haver uma outra aplicação que usasse o GPS do meu celular, identificasse o local onde eu estava e, então, eu dissesse a ela: "próximo voo disponível para Curitiba, com assento preferencial no corredor". E, em um clique apenas, ela me colocasse naquele voo, no assento escolhido.

Esse é o futuro da web: aplicações que facilitem a vida das pessoas e que economizem o tempo dos usuários.

Alôôôô BEL-i9!!!


segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Érico Veríssimo escreveu...



"Estive pensando muito na fúria cega com o que os homens se atiram à caça do dinheiro. É essa a causa principal dos dramas, das injustiças, da incompreensão da nossa época.

Eles esqueceram o que têm mais humano e sacrificam o que a vida lhes oferece de melhor: as relações de criatura para criatura.

De que serve construir arranha-céus se não mais almas humanas para morar neles? É indispensável trabalhar, pois um mundo de criaturas passivas seria também triste e sem beleza.

Precisamos, entretanto, dar sentido humano às nossas construções. E quando o amor ao dinheiro, ao sucesso, nos estiver deixando cegos, saibamos fazer pausas para olhar os lírios do campo e as aves do céu".