segunda-feira, 2 de abril de 2007

Podemos prever o futuro?

Prever o 'futuro' já é, em si, uma contradição, ou pelo menos uma redundância, tendo em vista que não se pode prever o 'presente' e nem o 'passado'! Assim, quando falamos sobre prever 'o futuro', presume-se que queremos dizer prever com certeza.

Por outro lado, quando usamos explicitamente esse termo ("com certeza"), a maioria das pessoas responde que prever o futuro é impossível, o que leva a contradição a um paradoxo!

O fato é que todos nós estamos sempre fazendo previsões, sendo que algumas são tão simples (do tipo "se eu jogar essa moeda para o alto ela cairá") que as pessoas nem as taxarão de 'previsões', por serem óbvias demais. Mas, por outro lado, se desejarmos prever com certeza se o resultado do arremesso da moeda será 'cara' ou 'coroa', as pessoas dirão que isso é algo impossível de se prever.

Então, entre falar o óbvio e falar sobre o impossível, há uma faixa interessante de previsões; e é nessa faixa que temos conseguido atuar neste blog, com certo grau de acerto.

Nada de extraordinário! O fato é que, se as pessoas se mantiverem relativamente 'antenadas' nas tecnologias, nas novidades, nos mercados e assim por diante, antecipar a ocorrência de um evento torna-se algo mais óbvio, não por qualquer dom dos "previsores", mas pela curiosidade e insistência destes em estarem sempre buscando monitorar a evolução das coisas.

E isso nos faz pensar no seguinte: por que motivo será que todos nós arriscamos a fazer previsões? E qual seria o propósito de uma previsão precisa, se ninguém acredita nela?

Se, por exemplo, você prevê a ocorrência de um furacão no sul do Brasil, mas ninguém acredita no que você diz, que bem você produziu? Você é alguém que prega no deserto! Mas se, por outro lado, você faz previsões para uma audiência que sabe que as suas informações não são coelhos tirados da cartola, mas sim o resultado de uma prospecção séria dos vários ambientes envolvidos, com a construção (pelo menos mental) de cenários possíveis e prováveis, então essa audiência pode decidir por tomar alguma providência a fim de aproveitar oportunidades, bem como de reduzir riscos e evitar ameaças para o negócio dela. E é isso que deve nos animar a persistir. Até quando necessário for!

Um comentário:

Anônimo disse...

Caro Marcos

Com relação às previsões ou vidências, tem-se que observar que não existe mágica nesse processo, pois de acordo com uma citação filosófica: “não se pisa duas vezes num mesmo rio”. Os eventos são diferentes a cada segundo e a impressão que se tem é que nada muda. Nossas células mudam a cada dois anos, se reconstituem. A impermanência é um fato, uma realidade, daí a impossibilidade das coisas serem absolutas, mesmo valores, verdades não são universais, mudando de cultura para cultura. Isso pressupõe um aqui e agora mais sólido, com pouca margem para refutação. O que se pode fazer é pesquisar “tendências” ou cenários do presente, trazer alguns valores do passado e projetar intenções, com cautela e intuição, mantendo um controle/ revisão, passo a passo, e ser feliz na caminhada. Caminhar é preciso, ter um sentido é preciso.

Abraços

Eurico Maranhão