segunda-feira, 21 de setembro de 2009

A praga do muro

O muro parece ser "o lugar" em que muitas pessoas, hoje, acham-se confortáveis.


Mas estar em cima do muro é pura alienação, é a mais completa anulação da personalidade individual, é a redução (ou a perda total) da capacidade de um indivíduo em pensar e agir por si próprio!

O fato é que estamos vivendo um relativismo
(*) sem precedentes. Ninguém mais quer tomar partido. Ninguém mais quer fazer afirmações categóricas, ou firmes, sobre qualquer coisa. Ninguém mais quer "se expor". É o que eu chamo de a praga do muro!

E esse relativismo tem sido evidente nos mais diversos campos. Vou dar alguns exemplos.

Exemplo 1: na religião, ele fica muito claro. Até parece que virou moda dizer "sou católico, mas não praticante". No entanto, ao pé da letra, isso quer dizer o mesmo que "não tenho religião alguma"! Seria algo semelhante a "gosto de amizade, mas nunca tive amigo algum". Uma total incongruência, não é mesmo? Mas, infelizmente, hoje, ter uma fé clara parece que virou sinônimo de "fundamentalismo", o que denota uma total inversão das coisas!

Exemplo 2: alguém diria "sou atleta, mas nunca fui praticante"? Isso teria algum sentido? É claro que não!

Exemplo 3: teria sentido alguém dizer "geralmente não sou homossexual... Só às vezes!"??? Acho que não é preciso nem responder...

Concluindo:

Para certas coisas, simplesmente não se pode ficar em cima do muro!
Ou você "é", ou você "não é".
Ou você "crê" (e pratica) ou você "não crê" (e não pratica).
Não há meio termo!

Atualmente, no entanto, ao declarar isso você passa (pasmem!) a ser rotulado de "RADICAL".

Mas o ponto que quero provar é exatamente esse:

É PRECISO SER RADICAL, EM MUITAS E MUITAS COISAS!

Infelizmente, o termo RADICAL ganhou, ao longo dos anos, uma conotação negativa, o que não deveria (jamais!) ter ocorrido. Novamente, exemplifico...

Exemplo 1: imagine se sua mãe tivesse sido diagnosticada com um tumor maligno. Você, por acaso, diria ao médico "doutor, faça a operação, mas por favor não seja radical, deixe um pouquinho do câncer dentro dela, ok?". Só se você fosse um louco é que diria um absurdo desses!!!

Exemplo 2: você gostaria que seu cônjuge não fosse radical na sua fidelidade a você?

Exemplo 3: se voê possuísse um loja, iria querer contratar um gerente que não fosse radical em sua honestidade?

Ou você preferiria "dar uma chance ao câncer de sua mãe", ter uma esposa "mais ou menos" fiel e manter na sua loja um gerente "meio" honesto?

Se esse é o caso, então tenha certeza de uma coisa: você já contraiu a praga do muro ou a doença do não-radicalismo
. E desculpe a sinceridade, mas realmente só me resta uma coisa a dizer: VÁ SE TRATAR!


(*) Relativismo significa que não podemos conhecer a verdade como tal, ou em sentido pleno: cada um tem a sua “verdade”, o que é um grande e perigoso engano!

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