sábado, 26 de setembro de 2009

Tentativa e erro


No meu tempo de "piá" (como se fala em Curitiba), a Administração era um curso superior considerado "secundário", pois em geral era freqüentado por quem havia tentado o vestibular de Engenharia, e não passado. Essas pessoas faziam, então, o curso de Administração como "segunda opção".

De lá para cá, as coisas mudaram bastante. Os termos "marketing" e "gestão" entraram na moda e a Administração subiu muito de posto, sendo que hoje é desenvolvida, no mundo todo, uma infinidade de trabalhos verdadeiramente científicos nessa área.

Sim, a Administração ganhou status de "ciência", passando a ser tão intrincada e complexa como as demais. No entanto, curiosamente muitas pessoas ainda pensam que administrar é algo banal e que depende simplesmente da intuição e do bom senso. E é aí que reside o perigo.

Sabemos que, para gerir uma empresa (ou departamento, ou divisão, ou projeto), não é preciso que o profissional seja um administrador diplomado. No entanto, entendo que tanto os gestores, quanto as empresas, precisam se empenhar para que os profissionais conheçam o estado da arte da Administração, pois há muitos conhecimentos extremamente importantes e úteis, sendo desenvolvidos e disponibilizados nessa área, e que, certamente, devem ser utilizados nas organizações.

Um gestor competente, hoje,
precisa ter conhecimentos tanto de
marketing (mercado), economia, estatística, lógica...
Quanto de filosofia, antropologia, psicologia, sociologia...

Mas isso não é o que normalmente se encontra por aí. Muitos gestores são, por exemplo, engenheiros que passaram a vida toda se especializando em assuntos técnicos, sendo que, de repente, por uma "necessidade" de que uma determinada posição gerencial seja preenchida, ou por alguma influência pessoal (política, ou "de coleguismo"), essa pessoa passa a "administrar", não tendo o mínimo conhecimento para tal. E aí, ao ver-se "sem alternativas", ela acaba aprendendo na tentativa e no erro. Mas pergunto: as empresas de hoje, altamente competitivas, podem se dar ao luxo de terem gestores que simplesmente aprendam "na tentativa e erro"?

Peter Senge formalizou um conceito que é certamente bastante lógico e evidente: o das "empresas que aprendem". No meu entendimento, não há dúvida de que tal coisa é essencial para todo o funcionário, em especial para aqueles que estão (ou que desejam estar) em posições gerenciais!

Isso é mesmo "evidente"?

Então, por que é tão pouco praticado?!!!


2 comentários:

Anônimo disse...

Marcos Pessoa;

A prática das 5 Discilpinas propostas pelo Peter Senge, é simples e nem por isto ( ou devido a isto ) é fácil.

Precisamos apenas:
1) Ter domínio sobre a nossa mente, emoções e corpo.
2) Reconhecer nossos modelos mentais que nos tornam condicionados.
3) Entender que somos interdependentes ( não apenas independentes e muito menos dependetentes ).
4) Que assim mais capazes, pacíficos e felizes com sabedoria e compaixão.
5) Portanto a visão sistêmica não é uma alternativa é o Caminho.

Abração;

Milton Eiti Sato

Anônimo disse...

Bonito na teoria. Na prática mesmo: Gerenciar é e afastar-se problemas e ir para uma reunião levando-o.
Drucker estava junto ao problema, entendia, não esperava o resultado, o fazia.