sábado, 27 de junho de 2009

SER a diferença

Como as mudanças estão ocorrendo de forma cada vez mais acelerada, em todas as áreas do conhecimento e da atividade humana, precisamos estar preparados para tomarmos decisões em prazos cada vez mais curtos, sempre com tranqüilidade e total serenidade. E assim sendo, melhor do que pensarmos em “fazer” a diferença, deveremos pensar em SER a diferença (isto é, ser mais do que aquilo que somos no momento atual).

Podemos dizer que o profissional que “É” a diferença, é aquele que:

- nunca desiste (recorrendo ao chavão: “ele pode perder uma batalha, mas não a guerra”);

- possuir a capacidade de mudar sua forma de pensar e agir, sempre que a ocasião assim o exigir. Mas, ao ter em mente que muito do que funciona hoje poderá se tornar obsoleto amanhã, nunca deve se aquietar, habituando-se a estar em constante transformação;

- segue seu caminho aprendendo e se aperfeiçoando continuamente;

- compreende o trabalho como tendo um significado maior, gerando motivação, prazer, prosperidade e reconhecimento. Isto equilibra de forma mais harmoniosa seus desempenhos pessoal e profissional, facilita o trabalho em equipe e estimula a criatividade e a inovação;

- tem seu auto-conhecimento em grande conta, sabendo quais são seus limites e procurando sempre superá-los. Sabe que não é perfeito, mas procura sê-lo através de um aprimoramento constante de suas habilidades e de suas atitudes. Tem competência para desenvolver suas próprias competências;

- pára para pensar;

- pensa para agir;

- age para mudar;

- muda para evoluir;

- evolui para SER;

- É para vencer; e

- vence por si mesmo!

A seguir, você poderá assistir a um vídeo impressionante, que só tomará 45 segundos do seu tempo.



Você provavelmente terá que vê-lo por uma segunda vez, para perceber o passarinho entrando no motor (se for necessário, assista ao vídeo em tela cheia).

Trata-se de uma filmagem realizada no "cockpit" de um F-16.

Veja o que eu falei mais acima: mesmo diante de uma situação extremamente tensa, as pessoas tomaram decisões rápidas, de forma serena (decisões "bem pensadas", pois se assim não o fosse, o resultado teria sido certamente catastrófico!).

Ao decolar do aeroporto Tyndall AFB, um pássaro entra no motor do F-16.

No banco da frente, um estudante; no traseiro, o instrutor.

Trata-se de um "Bird Strike", como é visto através do "Heads Up Display" (HUD) do avião. Você pode visualizar o passarinho momentos antes de ele atingir o motor do F-16. E pode ouvir a voz do sistema de alerta da aeronave informando que havia um problema, e o identificando por "D-6 NL", o que significa "não há rotação no motor".

Eles fizeram duas tentativas de religar ("relight") o motor do jato, mas o passarinho havia feito um estrago enorme, e os tripulantes tiveram que ejetar.

Os dois tripulantes trataram da questão com serenidade. Apesar da respiração intensa que pode ser ouvida, eles foram absolutamente racionais em suas ações.

Eles ainda voaram para longe, para se afastarem para uma região menos habitada, antes de ejetarem. A velocidade no ar pode ser observada no canto superior esquerdo do HUD: ela cai para a casa dos "120" quando eles lutam para reativar o motor, mas o nariz do jato aponta para o solo e o avião mergulha, com a velocidade aumentando para "175", um pouco antes do impacto.

Isso demonstra o quão rápido nossos dias podem "se despedaçar" por completo: foram apenas 45 segundos, do impacto do passarinho até os tripulantes ejetarem.

No final das contas: resultado positivo! Eles percorreram o "Emergency Checklist", realizaram duas tentativas de reativação do motor e escolheram para o impacto do avião um inabitado campo de plantação, antes de ejetarem.

Você pode acompanhar o áudio e ouvir as conversas entre o piloto (aluno) e o instrutor, e em seguida a conversação com a torre.

Pode até mesmo ouvi-los dizer que eles estão "punching out" (uma gíria, muito usada nas lutas de box, para denominar alguém que está lutando muito, mas não consegue mais manter-se "de pé"). A torre parece não entender tudo completamente, e não compreende a relevância da última transmissão.

A última chamada da torre pelo rádio já é feita com a aeronave vazia. O vídeo continua até o impacto final, mesmo depois de os dois tripulantes já terem ejetado. Você ainda pode ver as linhas de plantação tornando-se cada vez maiores.

Um ótimo trabalho dos dois, mantendo-se serenos e levando o jato para longe das áreas habitadas.

Ninguém ferido! Sucesso! (apesar de o passarinho ter custado à população, pagadora de impostos, "alguns" milhões de dólares!).

O instrutor, que comandou a operação, sem sombra de dúvida "É" a diferença entre uma situação resolvida da melhor forma possível e uma tremenda catástrofe (que poderia ter ocorrido!).

[obrigado, LASM, pelo envio do vídeo!]

Um comentário:

Anônimo disse...

Marcos,
Como estive na AFA, comento que todsas as situações são treinadas em terra e em ar. e após os treinos, o Breiefing sobre a situação ocorrida propositadamente, e como o aluno se saiu. O que felizmente, neste exemplo, foi real e graças aos exaustivos e incansáveis testes, eles puderam agir com presteza.