sábado, 27 de junho de 2009

Diferencial competitivo

No trabalho, uma das expressões que mais tenho escutado ultimamente é “fazer a diferença”.

Essa frase tem sido tão utilizada nas empresas, sem a devida reflexão, que dizê-la só acaba deixando os profissionais mais estressados e menos preparados para o desempenho de suas atividades.

Vamos, então, fazer algumas considerações a respeito disso:

Se procurarmos no Pai dos Burros, acharemos muitos significados para a palavra "fazer", mas dentre eles está "vir a SER, tornar-se". Fantástico!

E a palavra "diferença", que quer dizer "subtração", também significa "caráter que distingue um SER de outro ser".

Seguindo essas definições, certamente não estaríamos errando se disséssemos que "fazer a diferença" seria "vir a SER uma pessoa com características que (claramente) DISTINGUIRÃO, você, de outra (ou das outras) pessoas".

Uma outra palavra que também tenho ouvido muito é "diferencial" (- "Qual é o nosso diferencial?". - "Precisamos urgentemente identificar um diferencial competitivo!"...). Inicialmente, custei a entender o termo, pois como minha formação é de engenheiro e matemático, aprendi que um "diferencial" é usado para se determinar como uma variação infinitesimal de uma determinada grandeza pode afetar outras grandezas a ela relacionadas. Portanto, cheguei à conclusão de que não foi um matemático e nem um engenheiro que cunharam a expressão "diferencial competitivo", pois se o fossem, iriam querer falar de diferenças infinitesimais (isto é, muito pequenas!), o que não seria o caso. E também sei que não foi um mecânico, pois para ele um "diferencial" significaria aquele elemento que conecta o eixo de saída da caixa de câmbio aos dois semi-eixos que fazem mover as rodas traseiras. Enfim!... Vamos deixar isso de lado por enquanto e retornar ao assunto original, seguindo em frente com o raciocínio!...



Voltemos, então, ao "SER".
Cada SER humano, com base em seus conhecimentos e nas suas habilidades desenvolvidas ao longo dos anos, acaba criando seu próprio "diferencial" (confesso que ainda não me habituei totalmente a esse termo!), isto é, no entendimento vigente, aquilo que ele sabe "fazer bem" e "cada vez melhor" (e que o faz SER, claramente, identificado por aquilo).

O que precisamos tomar consciência, é de que ninguém nasce sabendo; portanto, para que se tenha um "diferencial", ou para que se possa "fazer a diferença", é necessário muitas outras condições do que aquelas que o Pai dos Burros nos ensina!

Mas entendo que, antes de entrarmos nessas condições, seria preciso "ajustar" os termos, passando a adotar "SER a diferença" ao invés de "fazer a diferença". Por que?
Primeiramente porque, como vimos, "fazer" pode ser entendido como "vir a SER". Em segundo lugar, porque, na minha visão, se as pessoas deixassem de dar tanta importância ao "fazer" e passassem a priorizar o SER, as empresas seriam muito MAIS SÓLIDAS; e a sociedade, certamente seria MUITO MELHOR! Por isso!...

Agora sim, com "tudo no lugar", podemos tratar de algumas (dentre muitas outras) características para que uma pessoa possa SER a diferença:

A primeira delas é ser apto e habituado a "tomar a dianteira" e a "assumir iniciativas", especialmente quando há um imobilismo evidente. A segunda é ser desprendido e suficientemente disposto para
"correr os riscos de oferecer ajuda", mesmo quando ela não é solicitada (veja um excelente exemplo dessas duas primeiras características, no meu último post!).

Mas é preciso mais: é fundamental montar uma boa equipe (constituída por pessoas que entendam a NECESSIDADE natural da EVOLUÇÃO e que estejam dispostas a APRENDER para evoluirem). E é necessário, também, fazer com que cada um da equipe aprenda a efetivamente "TRABALHAR EM EQUIPE". E isso é simples! Basta com que cada um compreenda que uma andorinha só não faz verão, assim como UMA ESTRELA SÓ não ilumina céu algum. Para iluminar, é preciso uma CONSTELAÇÃO. Potanto, é CRUCIAL que "O TIME" brilhe, pois do contrário, ninguém sai vencedor.



Finalmente (esse post já está maior do que eu havia inicialmente imaginado para ele!), cada membro da equipe deve compreender que a evolução depende DE SÍ PRÓPRIO. O lider (ou todo o grupo) pode estimular a mudança, mas a VONTADE e a DECISÃO por querer "SER a diferença" (ou "TORNAR-SE" a diferença) é absolutamente INDIVIDUAL.

E se o INDIVÍDUO não mudar ele certamente continuará vendo o novo com OS MESMOS "olhos velhos". Desta forma, em última análise, ele continuará enxergando "o velho". E insistirá que "nada mudou", simplesmente pelo fato de que NÃO CONSEGUIRÁ VER as muitas mudanças (inclusive porque elas estão essencialmente no SER, e não somente no FAZER).

Pararei por aqui (por enquanto), até para que haja uma maior reflexão sobre o tema. Voltaremos mais tarde, espandindo um pouco mais esse assunto.

Até!...


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