sábado, 27 de junho de 2009

Novos Negócios


Várias empresas possuem (ou estão criando) suas áreas de Novos Negócios.

É uma espécie de área de P&D, só que mais focada em resultados práticos. Os dirigentes de hoje - normalmente formados em uma época em que a economia empresarial foi supervalorizada e "receita>despesas" era a única consideração que realmente importava ao empresário fazer -, tendem a preferir "Novos Negócios" do que "P&D".

Em todo caso, o termo "novos" pressupõe
inovação, o que deve ser um dos principais pilares da estratégia empresarial, especialmente nesta nossa era da informação.

Algumas empresas iniciam seus processos de inovação por uma pesquisa de mercado. Acham que, assim, vão criar o novo e este será adequado aos consumidores.

Pergunto: é possível imaginar um Vicent van Gogh ou um Rodin fazendo uma "pesquisa de mercado", antes de produzirem algo original?

Só em pensar nessa hipótese já nos faz rir, não é mesmo?

Eu, particularmente, prefiro antes analisar "os sonhos dos consumidores" do que "o mercado", que na minha opinião é um conceito muito grosseiro e puramente do "economês".

Nada contra os economistas, mas para conceber e desenvolver qualquer novo negócio, prefiro me imaginar não como um economista
per se, mas mais como um diretor de teatro ou cinema: reunindo e organizando talentos de diferentes campos para se chegar a um resultado, que para início de conversa não é um produto "massificado" (no entendimento tradicional), mas um produto que consiga falar para as massas de um modo diferente, como um filme de Steven Spielberg, Alfred Hitchcock, Frederico Fellini, Quentin Tarantino ou de Stanley Kubrick. Todos criadores geniais! Todos grandes inovadores!

[Uma pequena pausa, para um rápido vídeo:]



E, para que se consiga tal coisa, é necessário que façamos uso de algumas características que já são mais raras na cultura empresarial de hoje, como por exemplo:
sensibilidade, intuição e coragem para aceitar riscos maiores.

Mas alguém pode perguntar: dentro desse modelo, como poderemos medir "o potencial" de negócios novos (inovadores)?

O primeiro (e central) parâmetro para isso é apresentá-lo para algumas pessoas e essas dizerem coisas como: - "
Eu quero isso para mim!". - "Quando posso ter esse produto?". - "Quando esse serviço estará dsponível na região onde eu moro?". Essas importantes manifestações identificam a (fundamental) criação de um relacionamento entre o OBJETO (novo produto, novo serviço) e o SUJEITO (o indivíduo, potencial comprador ou usuário daquilo).

Em segundo lugar, o OBJETO deve se tornar um canal através do qual o SUJEITO passa a transmitir os seus valores, o seu "status" e a sua "personalidade" aos outros. Isso acontece claramente na "moda", em que as pessoas passam a utilizar determinada marca de roupa, por ela possuir algum "significado social"; sendo o uso daquela marca uma forma de comunicar os seus próprios e distintos valores pessoais, e até mesmo o seu "status"e o seu "estilo".

(Claro! Nada disso é "regra absoluta", que vai servir para todo e qualquer caso!)

Outros parâmetros também podem ser analisados, tais como funcionalidade e preço. Mas a empresa que passa a disputar unicamente por "preço", acaba fatalmente cortando os seus custos exageradamente e, com isso, baixando a qualidade do OBJETO. E isso lhe será realmente FATAL!

Essas são apenas algumas considerações sobre o assunto, que na minha opinião tem (ou deveria ter) muito mais de
sensação e imaginação do que de pesquisa de mercado e previsões econômico-financeiras.

E em seguida termino este post, com o meu carimbo preferido:


Um comentário:

Anônimo disse...

Marcos, seus comentários, muito bons, sempre levam, acredito eu, a um insight.
Nste ocorreu-me que os novos negócios enfrentam o paradigma, brevidade do produto x tempo de qualidade x continuidade do negócio.
Exemplo: alterações constntes nos sistemas operacionais de computadores.
Pra que manter a qualidade, isto é custo. É melhor direcionar o dinheiro para o novo e na extinção do antigo. Seria esta uma tendência?