sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Coisas certas com aplicações erradas

As pessoas não lêem mais (salvo a revista Veja, as mensagens de e-mail e as manchetes do jornal local que elas buscam na Internet) e, portanto, tratam das coisas de modo absolutamente superficial.

Nas empresas, o resultado disso é uma série de distorções. Ouve-se a galinha a cacarejar por aqui, o galo a cantar por ali, e já vão aplicando (mal!) as coisas.



Um primeiro exemplo disso tem a ver com os cortes. Hoje, parece que todos estão cortando tudo! Pessoal, material de consumo, cafezinho... Qualquer coisa que é considerada “custo”. Ouve-se algum economista dizer que é preciso cortar as gorduras. Tudo bem, mas cortar o que e até quando (ou quanto)? Cada vez que todo mundo corta custos, o óbvio acontece: todos ficam com os custos cortados. Portanto, ficam idênticos e, como resultado, ninguém se diferencia.

Um segundo exemplo, do qual sempre falo, é o tal do 5S. Será que ninguém ainda percebeu que essas coisas foram feitas para FÁBRICAS? E será que ninguém ainda viu que não se pode simplesmente transportar coisas que dão certo no Japão para países latinos?

Um terceiro exemplo é o que se chama Grupo de Trabalho (ou Colegiado), cujo objetivo tem sido (erroneamente) entendido como “um mecanismo para se chegar a um resultado de consenso”. Como conseqüência, isso produz um DESASTROSO NIVELAMENTO das pessoas, das idéias, do comportamento, da mentalidade. E assim, infelizmente, muitos gerentes acabam se comportando mais como carpinteiros que enxergam seus gerenciados como se fossem pregos fincados em uma tábua: é só perceberem cabeças mais salientes e eles as martelam até ficarem todas iguais!

2 comentários:

Anônimo disse...

E assim caminhamos rumo a inviabilização desta sociedade que se move com uma mente econômica portanto não humana, alienígena na concepção da palavra.

Seria melhor que esta rutura se desse o mais breve possível para que percebêssemos que a nossa mente humana está colonizada pela a mente econômica cujo propósito é a extinção dos seus escravos a medida que o crescimento dos PIBs são ingenuamente festejados.

Milton

Anônimo disse...

Ocorreu-me que apesar pensamos, em garantia de não errar, fazemos tudo em grupo pois assim não há "culpado". Saimos fazendo, como voce citou, sem pensar.
O que aplicar do 5s aqui, e como? %s nada mais é do que falta de educação que não veio dos pais e nem da escola. Nada de novo. Apenas ficamos inertes isento de observação, esperando alguem vir com um programa, desnecessário. Guardo tudo se um dia precisar tenho como me garantir. Há então o conflito de cultura. E a nova cultura é a de troca não de imposição. uma globalização em que um 5s não fique no chão de fábrica, mas evolua para processos mentais evoluindo em busco de que é o melhor para o momento.