sábado, 16 de agosto de 2008

Uma nova (e perigosa!) automação empresarial


Especialmente no período de 1990 para cá, passamos a pensar em tecnologia, como meio de desenvolvimento de países, empresas e pessoas.

- "O meu neto estuda computação!", dizia a avó, orgulhosa da inteligência do seu neto, em uma clara indicação de que tecnologia e inteligência começavam a ser, na mente das pessoas, coisas inter-relacionadas.

De lá para cá, os nosso escritórios passaram a ser informatizados. Adquirimos computadores e os instalamos em nossas casas. E os ligamos à Internet. Mas (para nossa reflexão) a pergunta é: ficamos, com isso tudo, mais inteligentes?

Certamente, muitas das tarefas que há vinte anos eram feitas "no braço", passaram a ser automatizadas. Mas, muitas vezes, me parece que essa informatização...

ao invés de criar mais tempo para que cada pessoa viesse a utilizar mais e melhor a sua inteligência em tarefas mais nobres (não automatizáveis) e a exercer mais e melhor a sua criatividade (que eu defino como sendo o processo de gerar idéias originais que tenham valor)

...passou a automatizar não somente tarefas, mas também... Pessoas!

Assim, aqueles "netos", que hoje estão ocupando posições de trabalho, têm uma enorme capacidade para ao uso de computadores. Mas, creio eu, não são necessariamente mais criativos.

Ouso dizer, até, que estamos progressivamente perdendo a criatividade; posto que muitos de nós estão virando, essencialmente, operacionais. E (pior do que isso!), estamos nos tornando trabalhadores isolados do mundo, passando as 8 horas diárias de trabalho na frente de um monitor (em uma maluca interação homem-máquina, que está nos levando à perda da capacidade de nos relacionarmos e interagirmos com outros seres humanos, de forma criativa).

Os trabalhadores de hoje, sem qualquer sombra de dúvida, estão mais 'sabidos' no uso das tecnologias, mas em geral também estão mais operacionais e repetitivos do que, propriamente, imaginativos e criativos.

Criatividade deveria ser
prioridade estratégica em nossas empresas;

e deveria estar na pauta principal
em nosso sistema educacional!


É claro que sempre há pessoas com grandes idéias úteis. Mas a questão é: como poderíamos "operacionalizar" (para usar a palavra da moda!) o processo criativo? Como poderíamos treinar pessoas a terem muitas idéias úteis? E que condições deveriam ser oferecidas para estimular a imaginação criativa das pessoas?

Ficam aqui essas questões, como sugestão de pauta para as empresas que buscam competitividade (sendo que esta passa, hoje, pela maior capacidade criativa de seus funcionários).

Todos nós somos inteligentes.
Todos nós temos, conosco,
um imenso potencial criativo.
Mas, no mundo todo,
os sistemas educacionais e

os modelos empresariais estão
(inadvertidamente, creio eu)
inibindo a geração de novas idéias
que sejam úteis para a sociedade.

Nenhum comentário: