sábado, 17 de maio de 2008

Falta grandiosidade!

Outro dia, ouvi uma pessoa dizendo que "ninguém dá ponto sem nó".

Fiquei pensando: mas será possível que a vida seja realmente assim? Sempre haveria um
interesse pessoal em cada ação que se executa?

E a resposta me veio à mente, clara e rapidamente: é claro que não! Porque se assim o fosse, então não haveria mais
amor no mundo. Pois o que seria o amor, senão justamente doar-se inteiramente ao outro, sem qualquer interesse próprio?

Penso que, na verdade, o que está faltando hoje é o que meus avós chamavam de
grandiosidade.

Porque são os ideais grandiosos que geram homens magnânimos, que valorizam
as causas coletivas e o bem comum; e que vão a luta, com esses valores incrustados em seus corações.

Ideais pequenos, por outro lado, geram homens mesquinos, focados em si próprios, incapazes de comprometer-se com uma causa que ultrapasse o seu egoísmo. Aqui estão os
falsamente prudentes e "bem comportados"; os acomodados, que trocam os ideais mais elevados pelos mais exeqüíveis; os comodistas, que substituem o cume pelo decrive que passa à beira de todos os destinos; os preguiçosos, que subordinam o melhor ao mais fácil e que trocam o esforço construtivo pelas posições de conforto.

E todos esses se unem a essa variadíssima multidão hedonista, dos que vivem mais de desejos e sensações do que de ideais, dos que se alimentam mais da superficialidade das imagens televisivas (ou dos "poucos cliques" de informação na Internet) do que do aprofundamento através da
leitura, por intermédio do estudo e por meio da reflexão, que (estes sim!) cultivam a inteligência e formam critérios.

Chegamos, então, ao título dessa mensagem: falta
grandiosidade! É necessário que nos esforcemos para sair da superficialidade daqueles que pensam que satisfação é simplesmente encher o estômago (coisa a que 'os animais' se limitam!). Como seres humanos, somos muito mais do que estômago. Somos também cabeça, e, portanto, devemos estar permanentemente zelando pelo nosso intelecto. Mas vamos, ainda, muito além disso: somos também coração, isto é, pessoas com capacidade de amar.

E creio que amar, no melhor sentido da palavra, seja uma determinação firme da vontade de que venha a ser alcançado
o bem dos outros.

Mas, para isso, é preciso que antes reaprendamos a colocar o
"nós" antes do "eu", sem o que nunca haverá grandiosidade.

Pois, sem "nós", realmente ninguém mais dará "ponto sem
".

E seremos todos
medíocres.

E completamente...

...infelizes.

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