No fundo do mar!
Apesar de engenheiro e matemático de formação, sempre me preocupei bem mais com a eficácia do que com eficiência.
Acho que é por isso que costuma me dá enjôo falar de 5S, cujo foco está essencialmente na eficiência, sem que se trate da eficácia.
Ser eficiente é realizar tarefas com qualidade. Por esse motivo, eficiência é a paixão dos adeptos das ISOs e dos 5-esses (e, conseqüentemente, da maior parte dos consultores, que tentam vender essas coisas para as empresas, pois elas são facilmente traduzidas em procedimentos, transcritas em normas ou transformadas em ferramentas).
Por outro lado, ser eficaz é dedicar esforços para fazer o que deve ser feito. E é aí que a porca torce o rabo, pois para isso é necessário muito mais do que seguir normas e procedimentos, ou do que usar ferramentas.
enquanto que o eficaz busca fazer as coisas certas.
Sobre isso, a pergunta que faço é a seguinte: de que adianta ficar limpando o porão de um navio (aplicando, ali, as ISOs e os 5-esses), sendo que ele pode estar indo, eficientemente, em direção a um iceberg (por falta de eficácia)?
A esse respeito, ainda ouso dizer:
Eficiência é coisa de hemisfério cerebral esquerdo. Própria dos engenheiros, matemáticos, técnicos operacionais,... Ela é verbal, analítica, temporal, racional, lógica, linear e pontual.
Eficácia, por outro lado, é coisa de hemisfério cerebral direito. Própria dos designers, arquitetos, estrategistas,... Ela é não-verbal, sintética, atemporal, não-racional, intuitiva, holística e sistêmica.
Mas, por favor, não me entendam mal! Não sou radicalmente contra ser eficiente; contanto que, antes disso, saiba-se ser eficaz! Pois, do contrário, o eficientíssimo navio pode acabar...
...no fundo do mar!
Capisce?
Um comentário:
Pessoa,
Voce me lembrou uma piadinha:
-Pessoal estamos com sorte, o Navio (Titanic) bateu lá na frente e nós estamos aqui atrás....
Mas 5Ss, é só para fazer uma aculturação da fase "do Caos", um 5Ss bem implementado, leva a observação, otimização. revisão constante.
Tem um conto assim: Um cortador de cana, pediu uma foice nova, e recebeu um martelo.
Como ele era considerado um "simples", nada pode fazer,(não podia recusar e nem devolver).A questão passou, pela gerência, pela ISO, 5Ss, etc e veio uma sentença, o equipamento veio errado e deveria ser devolvido ... Não antes de ser registrado uma melhoria, controles e procurado identificar o problema para que o mesmo não voltasse a ocorrer.
O que faltou? Confiança no empregado e simplicidade nas ações.
Um abraço
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