domingo, 12 de abril de 2009

"Primeiro a obrigação, depois a diversão"

Esse é um lema que já ficou antiquado.

Hoje, as pessoas querem "todas as coisas", cada vez mais rapidamente.

Isso tem ocorrido, visivelmente, na área do entretenimento (e do prazer, de modo geral).

"Diversão já!". "Prazer já!".

Esses são os novos lemas, das crianças e dos adolescentes.

O perigo é quando o comportamento voltado ao "prazer já" torna-se patológico (e um grande problema está nos pais, que nunca acham que seus filhos já estejam em um estágio patológico, ou perigoso).

Tecnicamente, essa patologia é chamada de "hedonismo": a tendência a buscar o prazer imediato, individual, como única e possível forma de senso moral, evitando tudo o que possa ser desagradável na vida.

Assim, ninguém quer se sacrificar mais. Ninguém quer fazer algo pelos outros, se isso exigir algum esforço adicional. E, em última análise, ninguém mais "ama" de fato (posto que amar verdadeiramente significa "doar-se, alegremente").

Foi deixada de lado a noção (que nossos avós possuíam) de que na vida há valores sensíveis (ou inferiores) e valores espirituais (ou superiores). Entre os primeiros, destacam-se os valores hedonistas (do agradável e do prazer), os úteis, ou econômicos; entre os segundos, estão os valores lógicos, estéticos, éticos e religiosos.

Antigamente, essas coisas eram ensinadas na escola, na catequese e na família. Hoje, tais ensinamentos já não estão mais presentes nesses meios (que são fundamentais para a formação dos jovens).

O problema não é com a tecnologia (o MSN, o ORKUT, etc... como muitos pregam), mas com a superficialidade com que a tecnologia é usada (em que tudo parece se resolver com dois cliques no computador); e com a decadência dos valores na sociedade.

Sem falso moralismo, é inquestionável que a juventude precisa ser levada novamente à leitura das obras clássicas; e as famílias, de volta ao seu papel agregador, onde todos cuidam de todos, e se sacrificam por todos, pois todos se amam incondicionalmente.


Um comentário:

Iúri disse...

Olá Marcos,

Concordo com seu texto. Um dos grandes males da atualidade é o "eu quero agora, de qualquer maneira...".

Infelizmente o certo, o direito, o moral estão sendo deixados para trás. Espero que num futuro não tão distante as coisas possam mudar.

Ótimo texto!
Abraços.