domingo, 1 de novembro de 2009

Conteúdo pago ou gratuito?

Na semana que se encerrou, participei de um workshop na área de telecom, no qual, em determinado momento, iniciou-se uma discussão a respeito de conteúdo pago ou gratuito.

Seguem algumas considerações sobre o assunto:

Para mim, um exemplo extremamente favorável ao conteúdo pago é o da loja da Apple, a iTunes Store. Em dois anos de funcionamento, ela vendeu mais de 500 milhões de músicas! Fora os outros produtos comercializados. A Apple agregou, ao preço baixo (em torno de US$ 0,99 por download) a consciência e a paz de espírito dos usuários, que passaram a poder baixar músicas de forma legal, além de apoiarem financeiramente seus artistas preferidos.

Há também o exemplo na Inglaterra de um provedor pago, o Playlouder MSP, que ao se especializar em músicas fez um acordo com a Sony BMG, permitindo que seus usuários compartilhem arquivos de música de modo legal, em redes peer-to-peer. Resultado: um grande sucesso!

Um terceiro exemplo é da própria Google, símbolo mundial da "gratuidade" de conteúdos. Veja aqui o que ela está fazendo!

No Brasil, há inumeros casos de provimento pago de conteúdos de diferentes setores. Uma quantidade enorme, especialmente, na área de aconselhamento financeiro. A Gazeta Mercantil é, tavez, um dos melhores exemplos, focando em nichos específicos.

Alguém pode perguntar: por que pessoas se interessariam em pagar por algo que, provavelmente, pode ser encontrado na rede aberta?

Pois, sem dúvida alguma, o conteúdo pago viabiliza produções de qualidade mais elevada, mais especializada e com abordagens mais aprofundadas sobre determinados temas.

Outro motivo: uma opção comercial, que é muito adotada no Brasil, é a dos portais que baseiam a sua cobrança na venda conjunta acesso+conteúdo. Nesses casos, lá dentro do portal, o usuário passa a ser bombardeado por propagandas e merchandising. E é justamente aí, na minha opinião, que mora o maior perigo: o leitor acaba sendo influenciado (muitas vezes, sem perceber) por textos, opiniões e imagens que, na verdade, não são isentos (visto que são financiados por alguém, com interesse naquilo).

Segundo a respeitada empresa de consultoria, Frost e Sullivan, até 2011 o mercado de conteúdo pago gerará uma receita superior a 240 milhões de dólares no Brasil. "Esse é um número que estamos sempre tendo que rever, pois ele tem sistematicamente superado todas as expectativas", explica Marcelo Kawanami, analista de pesquisa da Frost e Sullivan.

Os grandes portais de conteúdo (UOL, Terra, IG) possuem a maior parte da participação desse mercado, porém os sites especializados em um só tipo de conteúdo apresentam um grande potencial de crescimento. "Conforme os usuários se tornam mais maduros com relação à navegação na Internet, eles tendem a buscar por dados e informações mais especializadas que atendam melhor às suas necessidades", afirma Kawanami. A Frost e Sullivan aposta que os usuários de Internet estarão cada vez mais dispostos a pagar por conteúdo em busca de produtos de melhor qualidade e maior segurança. Mas, segundo Kawanami, o mercado deve superar algumas barreiras, como “as inúmeras opções gratuitas e ilegais disponíveis na web e o ainda restrito acesso ao serviço de banda larga”.

Uma questão que deve ser considerada, nesse assunto da gratuidade (ou não) do que é colocado na rede, é que se o produtor de conteúdo decidir cobrar, ele automaticamente perde em publicidade. E pode perder, também, por não ser achado pelos mecanismos de buscas (se bem que, hoje, já existem buscadores em portais de conteúdos pagos, como o novo sistema de buscas do Yahoo!).Por outro lado, ele viabiliza equipes maiores e mais competentes, que certamente gerarão produtos melhores.

A discussão é grande. Se apenas com textos o assunto já era polêmico, imagine com os mais variados tipos de conteúdos, propiciados, cada vez mais, pelo maior acesso a bandas extra largas de conexão!

Veja mais sobre isso aqui e também aqui.

E há, também, um texto interessante neste fórum.



3 comentários:

Anônimo disse...

Com relação a isenção das notícias, posicionamentos.. essa já é uma questão bem conhecida mas que deve ser cada dia mais debatida.

Grandes anunciantes não são notíciados quando pisam na bola

Terceirizada da Claro utiliza trabalho escravo (link abaixo)

http://www.reporter brasil.com. br/exibe. php?id=1663

Claudio disse...

Essa discussão sobre pago/gratuito deve amadurecer!

As políticas de distrubuição devem estar presentes não apenas na distribuição de remédios e alimentos... mas no acesso a terra, a cultura e ao lazer!

Um dos grandes desafios é trazer um debate real e profundo acerca dos limitantes que as "catracas" trazem ao ser humano.

Se o ser humano é tratado como um animal não espere que ele haja de forma diferente!

O acesso a cultura é tão importante para civilizar quanto o alimento. Essa visão copyright já se esgotou faz tempo, apenas os reacionários não enxergam pq não querem ver! Bandas como RadioHead, ColdPlay, Teatro Mágico, etc; já disponibilizam seus albuns gratuitamente na internet. uma vez q os custos de distribuição engolem a quase totalidade do preço da mídia não existe mais motivo para mante-la. Lobão começou a vender seus CDs em bancas de revistas quando viu q ia receber da, mafiosa, indústria Som livre 0,01 (centavo) por cada CD comercializado a 15,00. Distribuindo o acesso a música, a arte aumenta e todos tem mais interesse em assistir shows ao vivo.
Mas o debate deve superar essa questão mercadológica, pois temos q lembram q acesso a arte é acesso ao contra-mola cultural dos nossos paradigmas arcaicos e acesso a civilidade e sua decorrente possibilidade de humanização.

"Agente não quer comida, agente quer comida, diversão e arte...

Agente não quer só comida, agente quer saída para qualquer parte ...

Agente não quer só saída, agente quer saída pro que a vida quer!"

Comida - Titãs

Anônimo disse...

Pessoa, mais este link
http://info.abril.com.br/noticias/mercado/gratis-pero-no-mucho-09092009-9.shl

Nada é de graça. Tudo em esforço ou custo.
O que ocorre é que custos reduzidos, preços mais baixos.
Menos intermediarismo(ponto).

A briga é pelos repasses de 1 ou 2 centavos, de milhoes de acessos nos acordos firmados.

Um abraço